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Sermão budista da animação japonesa 'Por Que Vivemos' cansa

NAIEF HADDAD SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Nas últimas três décadas, a excelência das animações japonesas, conhecidas no Brasil como animês, esteve muito associada a Hayao Miyazaki, hoje com 76 anos. Uma das viradas da carreira desse diretor de Tóquio aco

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 23.11.2017, 10:10:00 Editado em 23.11.2017, 10:10:10
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NAIEF HADDAD

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Nas últimas três décadas, a excelência das animações japonesas, conhecidas no Brasil como animês, esteve muito associada a Hayao Miyazaki, hoje com 76 anos.

Uma das viradas da carreira desse diretor de Tóquio aconteceu com a fundação do seu estúdio de animação, Ghibli. Lá foram produzidos filmes como "Meu Vizinho Totoro" (1988), "A Viagem de Chihiro" (2001) e "Vidas ao Vento" (2013).

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Também japonês, Hideaki Ôba chegou a trabalhar com Miyazaki no Ghibli, mas pouco assimilou das lições do mestre, a julgar pela animação dirigida por ele "Por que Vivemos", agora ao circuito comercial do Brasil.

O filme de Ôba é uma peça de propaganda de uma das vertentes do budismo, a Terra Pura. Ao assumir essa linha doutrinária, "Por que Vivemos" se afasta automaticamente das ambiguidades narrativas e da imaginação visual com as quais Miyazaki tem fascinado crianças e adultos mundo afora.

O filme de Ôba se baseia em episódios verídicos do período feudal do Japão, no século 15. O personagem central é Ryôken, um agricultor que se sente responsável pela morte trágica de sua mulher, que estava grávida.

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Ryôken trilha um caminho já conhecido: a culpa conduz à ira que, por sua vez, resulta em uma adesão crescente à religião. Ele acaba se tornando monge ao seguir rigorosamente o mestre Rennyo, que propaga os ensinamentos do Buda Amida, reverenciado pela Terra Pura.

Dez minutos de sermão de Rennyo são um aborrecimento para o espectador, seja ele budista ou não. E há ainda que suportar expressões repetidas como um mantra, como "o navio do voto da grande compaixão".

Muitos cinemas no Brasil já deixaram de existir, dando lugar a templos. As salas sobreviventes fariam bem se reservassem suas telas aos filmes, e não às pregações, sejam quais forem as religiões.

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POR QUE VIVEMOS

DIREÇÃO Hideaki Ôba

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ELENCO Katsuyuki Konishi, Ayumi Fujimura, Hideyuki Tanaka

PRODUÇÃO Japão, 2016, 10 anos

QUANDO estreia na quinta (23)

AVALIAÇÃO ruim

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