SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O agora ex-presidente do Zimbábue Robert Mugabe apresentou nesta terça-feira (21) sua renúncia ao cargo, dando fim aos 37 anos de ditadura no país.
Mugabe, que comandava o país desde a independência em 1980, enviou uma carta ao Parlamento anunciando sua saída do cargo imediatamente. A Casa tinha marcado para esta terça (21) uma sessão para aprovar o impeachment do ditador.
"Eu, Robert Mugabe, venho aqui apresentar formalmente minha renúncia como presidente do Zimbábue com efeito imediato", diz o documento.
Coube ao presidente do Parlamento, Jacob Mudenda, anunciar a renúncia do ditador. Na sequência, ele cancelou o processo de impeachment.
Mudenda afirmou que o Parlamento agora vai terminar os detalhes legais necessários para a transição e disse esperar que o novo governo assuma o país até a quarta-feira (22).
A expectativa é que o ex-vice-presidente Emmerson Mnangagwa assuma o comando. Mugabe não indicou um sucessor na sua carta.
O anúncio foi celebrado pelas ruas de Harare, capital do país, com milhares de pessoas saindo as ruas para comemorar a decisão.
TRANSIÇÃO
Na carta de renúncia, Mugabe diz que a decisão de deixar o cargo visa garantir uma transição tranquila no país.
Com 93 anos, o ditador foi afastado do comando do país no dia 15, quando os militares detiveram ele e a primeira-dama, Grace Mugabe.
A partir de então, o ditador passou a ser pressionado pelos militares e antigos aliados a apresentar sua renúncia, o que ele tinha se negado a fazer até esta terça.
O partido governista Zanu-PF destituiu Mugabe da presidência da sigla e deu um prazo até a segunda (20) para que o ditador se afastasse do comando do país. Como isso não aconteceu, o partido deu início ao processo de impeachment,.
A ação dos militares ocorreu depois que o ditador afastou Mnangagwa do cargo de vice-presidente, sinalizando que passaria o poder para a primeira-dama.
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