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Merkel rejeita formar governo de minoria

DIOGO BERCITO MADRI, ESPANHA (FOLHAPRESS) - Um dia após o colapso das negociações para formar a próxima coalizão de governo do país, a chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou nesta segunda (20) que prefere realizar novas eleições a liderar um governo de m

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 20.11.2017, 21:05:00 Editado em 20.11.2017, 21:05:10
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DIOGO BERCITO

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MADRI, ESPANHA (FOLHAPRESS) - Um dia após o colapso das negociações para formar a próxima coalizão de governo do país, a chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou nesta segunda (20) que prefere realizar novas eleições a liderar um governo de minoria, em um sinal de que o país que foi às urnas em setembro pode voltar a fazê-lo em breve.

"Não quero dizer nunca [liderarei um governo de minoria], mas estou bastante cética e acho que novas eleições seriam a melhor forma de avançar", declarou à ARD.

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Em entrevista a uma rede de TV, Merkel disse não ver razões para renunciar ao cargo, que ocupa há 12 anos.

A chanceler vive nesta semana a crise política mais severa das últimas décadas, que põe em risco seu quarto mandato. O partido liberal FDP abandonou no domingo (19) as negociações com a sigla de Merkel, a CDU (União Democrata-Cristã). Participavam também das tratativas a CSU (sigla-irmã da CDU na Baviera) e os Verdes.

Com a saída do FDP, as conversas desmoronaram, deixando poucas opções para que a chanceler forme seu próximo governo. Diante da declaração de que prefere eleições a governar em minoria, fica cada vez mais provável o retorno às urnas.

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Por outro lado, o presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, havia pedido mais cedo nesta segunda que os grandes partidos reconsiderassem as suas posições e dialogassem.

"Haveria grande preocupação se as forças políticas no país com a economia mais forte da Europa não conseguissem cumprir com suas responsabilidades", afirmou.

O presidente deve se reunir com os líderes das siglas nesta semana.

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Irreconciliáveis

Após uma maratona de negociações no final de semana, Christian Lindner, líder da sigla liberal FDP, afirmou que as posições dos partidos eram irreconciliáveis e disse também que "é melhor não governar do que governar de uma maneira errada".

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FDP e Verdes têm uma série de divergências sobre questões fundamentais.

A sigla liberal é contrária, por exemplo, à vinda das famílias dos migrantes já instalados na Alemanha, algo que os Verdes defendem. O FDP também discorda da proposta dos Verdes para reduzir mais drasticamente as emissões de carbono no país.

Merkel, que se reuniu com o presidente Steinmeier antes de ele fazer a declaração, enfrenta uma situação inédita em que sobram poucas opções para evitar eleições.

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A primeira saída seria um governo do CDU com os Verdes, em minoria. Isso significa que Merkel precisaria negociar o apoio de pequenos partidos no Parlamento a cada votação pela qual passasse --foi essa a opção que ela descartou na entrevista.

Outra possibilidade é governar mais uma vez com seu principal rival, o SPD (Partido Social-Democrata).

Essa aliança entre CDU e SPD é conhecida como "grande coalizão", e é dessa maneira que Merkel vem governando nos últimos anos.

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Mas o SPD, que é de centro-esquerda, deixou claro desde as eleições de setembro que já não tem interesse na parceria com o partido conservador. Depois de um resultado historicamente ruim no último pleito, o partido afirma preferir voltar à oposição e ali se fortalecer.

O líder do SPD, Martin Schulz, disse em Berlim que, "diante dos resultados das eleições, não estamos disponíveis para uma grande coalizão". "Não temos medo de novas eleições."

O chamado de Steinmeier por renovadas negociações, porém, pode ter apelo,sobretudo porque não é do interesse dos grandes partidos que o país volte a ter eleições gerais tão cedo.

Em primeiro lugar, porque as siglas poderiam ser responsabilizadas pelos eleitores pelo fiasco político e, dessa maneira, perder votos.

Outra razão é que a repetição do pleito poderia favorecer o partido de direita ultranacionalista AfD (Alternativa para a Alemanha), que tem hoje 92 assentos dos 709.

Se os partidos não conseguirem chegar a acordo nenhum para formar uma coalizão nas próximas semanas, o presidente Steinmeier será obrigado a nomear um chanceler interino para ser aprovado pelo Parlamento -provavelmente a própria Merkel.

Após três rodadas de votos entre legisladores, caso ainda não haja um governo, será preciso convocar eleições.

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