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Presidente alemão pede diálogo para evitar impasse político

DIOGO BERCITO MADRI, ESPANHA (FOLHAPRESS) - Um dia após o colapso das negociações para formar o próximo governo e diante da ameaça de novas eleições, o presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, pediu nesta segunda-feira (20) que os grandes partidos reco

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 20.11.2017, 14:10:00 Editado em 20.11.2017, 14:10:11
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DIOGO BERCITO

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MADRI, ESPANHA (FOLHAPRESS) - Um dia após o colapso das negociações para formar o próximo governo e diante da ameaça de novas eleições, o presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, pediu nesta segunda-feira (20) que os grandes partidos reconsiderem as suas posições e dialoguem.

"Haveria grande preocupação se as forças políticas no país com a economia mais forte da Europa não conseguissem cumprir com suas responsabilidades", afirmou. O presidente deve se reunir com os líderes das siglas durante esta semana.

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O partido CDU (União Democrata-Cristã), da chanceler Angela Merkel, e a CSU, sua legenda-irmã na Baviera, vinham negociando uma coalizão com os Verdes e com o liberal FDP, que abandonou as conversas no domingo (19).

Após uma maratona de reuniões no final de semana, Christian Lindner, líder da sigla liberal, afirmou que as posições dos partidos eram irreconciliáveis e disse também que "é melhor não governar do que governar de uma maneira ruim".

Merkel, que se reuniu na segunda-feira com o presidente Steinmeier antes de sua declaração, enfrenta uma situação inédita em seu mandato de 12 anos, e esta crise política é a mais severa das últimas décadas. Sobram poucas opções para evitar novas eleições.

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A primeira saída é um governo do CDU com os Verdes, em minoria. Isso significa que Merkel precisaria negociar o apoio de pequenos partidos no Parlamento a cada votação pela qual passasse —esse seria um governo frágil, diferente daquele prometido na campanha.

Outra possibilidade é governar mais uma vez com seu principal rival, o SPD (Partido Social-Democrata). Essa aliança entre CDU e SPD é conhecida como "grande coalizão". É dessa maneira que Merkel vem governando nos últimos anos, mas o SPD deixou claro desde as eleições de 24 de setembro que já não tem interesse na parceria. Depois de um resultado historicamente ruim, o partido afirma preferir voltar à oposição e ali se fortalecer.

O líder do SPD, Martin Schulz, disse em Berlim que, "diante dos resultados das eleições, não estamos disponíveis para uma grande coalizão". "Não temos medo de novas eleições."

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Mas o chamado de Steinmeier por renovadas negociações pode ter algum apelo, em especial porque não é do interesse dos grandes partidos que o país volte às eleições neste ano.

Em primeiro lugar, porque as siglas poderiam ser responsabilizadas pelos eleitores pelo fiasco político e, dessa maneira, perder votos. Outra razão é que a repetição do pleito poderia favorecer o partido de direita ultranacionalista AfD (Alternativa para a Alemanha), que tem hoje 92 assentos entre 709.

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"É um dia para uma profunda reflexão sobre como avançar", Merkel disse na segunda-feira. "Como chanceler, farei de tudo para garantir que o país seja bem administrado nas difíceis semanas por vir."

Se os partidos não conseguirem formar nenhuma coalizão nas próximas semanas, o presidente Steinmeier é obrigado a nomear um chanceler interino para ser aprovado pelo Parlamento. Após três rodadas de votos entre legisladores, caso ainda não haja um governo, é preciso convocar novas eleições.

DISCÓRDIA

As negociações entre CDU, Verdes e FDP, desmoronadas no domingo, enfrentavam grandes obstáculos: os partidos divergiam em uma série de questões fundamentais, como ambiente e migração -a discórdia era especialmente marcada entre Verdes e FDP.

Os Verdes, por exemplo, querem reduzir as emissões de carbono em 120 milhões de toneladas métricas. O FDP, por sua vez, propõe reduzi-las em 66 milhões de toneladas métricas.

Quanto à migração, Verdes defendem facilitar a ida à Alemanha das famílias dos refugiados acolhidos pelo país. Isso significa a entrada de cerca de 300 mil pessoas. O FDP e a própria CDU de Merkel não concordam.

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