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Toto Riina, principal chefe da máfia siciliana, morre na prisão na Itália

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Salvatore "Toto" Riina, mais poderoso chefe da máfia Siciliana do século 20, que foi condenado por ordenar dezenas de assassinatos, morreu de causas naturais nesta sexta-feira (17), após quase um quarto de século na prisão.

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 17.11.2017, 10:45:00 Editado em 17.11.2017, 12:51:42
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Salvatore "Toto" Riina, mais poderoso chefe da máfia Siciliana do século 20, que foi condenado por ordenar dezenas de assassinatos, morreu de causas naturais nesta sexta-feira (17), após quase um quarto de século na prisão.

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Riina, que completou 87 anos na quinta-feira (16), morreu na ala prisional de um hospital em Parma, cidade ao norte da Itália onde cumpria 26 sentenças de prisão perpétua por homicídios cometidos entre 1969 e 1992. Suas vítimas incluem dois magistrados que lideraram uma campanha para levar figuras da máfia à Justiça.

O mafioso havia entrado em coma após complicações durante uma cirurgia recente e sua família recebeu permissão para ficar ao lado dele na quinta-feira (16), disse o Ministério da Justiça.

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Giovanni, o filho mais velho de Riina, cumpre uma pena de prisão perpétua por quatro assassinatos.

"Para mim, você não é Toto Riina, você é apenas meu pai. E te desejo um feliz aniversário, papai, neste dia triste mas importante. Te amo", escreveu em uma rede social outro de seus filhos, Salvatore, na quinta.

Riina havia solicitado a libertação em julho, alegando uma doença grave, mas o pedido foi rejeitado depois que um tribunal determinou que o atendimento médico na prisão era tão adequado quando o que receberia fora do sistema penitenciário.

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Os médicos afirmaram na ocasião que Riina estava "lúcido".

"Não me arrependo de nada, nunca me curvarei, mesmo que me condenem a 3.000 anos", afirmou Riina em uma gravação recente.

'A FERA'

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Apelidado de "a Fera", Riina começou sua violenta carreira criminal nas ruas de Corleone, na Sicília, após a Segunda Guerra Mundial e se tornou o chefe dos chefes da máfia siciliana nos anos 1970, levando a organização a seu ápice no século 20.

Tendo recebido vários apelidos ao longo dos anos, Riina tinha 13 anos quando seu pai, um agricultor pobre, morreu em uma explosão ao tentar remover um bomba que era resquício da guerra.

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Quando tinha 19 anos, ele matou um homem durante uma briga de gangues em Corleone e passou seis anos na prisão, um rito de passagem para um mafioso.

Riina supervisionou um período econômico florescente para o grupo do crime organizado "Cosa Nostra", quando traficava heroína para a América do Norte e dominava o poder político em Palermo (capital da Sicília) e Roma.

Porém, devido à violência de Riina, centenas de mafiosos quebraram seus códigos de silêncio nos anos 1980 e 1990 e testemunharam contra ele, permitindo que os magistrados Giovanni Falcone -personagem que inspira Sérgio Moro- e Paolo Borsellino revelassem os segredos escondidos da "Cosa Nostra" e processassem seus líderes pelos crimes de seus soldados.

A prisão de Riina em janeiro de 1993, após mais de 20 anos como fugitivo, ocorreu meses após Falcone e Borsellino serem mortos por ordem dele, e coincidiu com a queda tumultuosa do sistema político corrupto da Itália do pós-guerra.

Desde então, Riina estava mantido sob forte esquema de segurança, com pouco acesso à sua família de acordo com uma lei escrita para evitar que chefes comandem a partir da prisão.

Recusando-se a cooperar com os investigadores até o fim, os segredos de Riina agora nunca virão à tona.

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