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Em meio a calote parcial, Caracas e Moscou assinam acordo sobre dívida

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Declarada em "default seletivo" -um calote parcial-, a Venezuela obteve nesta quarta-feira (15) um impulso financeiro da Rússia, um dos seus principais credores. Caracas e Moscou assinaram um acordo que reestrutura a dívida v

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 15.11.2017, 11:15:00 Editado em 15.11.2017, 11:15:05
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Declarada em "default seletivo" -um calote parcial-, a Venezuela obteve nesta quarta-feira (15) um impulso financeiro da Rússia, um dos seus principais credores.

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Caracas e Moscou assinaram um acordo que reestrutura a dívida venezuelana, permitindo que o regime de Nicolás Maduro pague US$ 3,15 bilhões à Rússia em um período de dez anos, afirmou o Ministério das Finanças russo. Os pagamentos serão mínimos nos primeiros seis anos, de acordo com Moscou.

A Venezuela tomou empréstimos da Rússia no final de 2011 para comprar armamentos russos, mas não consegue fazer os pagamentos em dia desde o ano passado, em meio a uma severa crise econômica e política.

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Além dessa operação, Moscou "não recebeu nenhum pedido" de Caracas para uma assistência adicional, de acordo com o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.

Atingida em cheio pela queda dos preços do petróleo e por sanções impostas pelos EUA, a Venezuela garante ser uma "boa pagadora", mas três agências de risco decretaram calote parcial nos papéis emitidos pelo regime venezuelano e por sua principal companhia, a Petroleos de Venezuela (PDVSA).

O adiamento do pagamento dessa dívida está longe de responder à extensão das dificuldades financeiras de Caracas, que busca reestruturar uma dívida total estimada em cerca de US$ 150 bilhões.

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Somente à Rússia, a dívida consiste principalmente em vários vencimentos entre as empresas, incluindo US$ 6 bilhões pagos antecipadamente pela petroleira semi-pública russa Rosneft para a venezuelana PDVSA.

Para a China, o principal credor de Caracas, os especialistas estimam em dezenas de bilhões de dólares os montantes envolvidos.

Mas, segundo Pequim, "o governo e o povo venezuelanos têm a capacidade de administrar adequadamente seus próprios assuntos, incluindo o problema da dívida", declarou Geng Shuang, porta-voz do ministério das Relações Exteriores chinês.

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"Somos bons pagadores, apesar do que dizem as agências de rating, o departamento do Tesouro (americano), a União Europeia e Donald Trump", defendeu-se na terça-feira o ministro da Comunicação venezuelano, Jorge Rodriguez.

"Não estamos nem aí, pagaremos de comum acordo com os titulares dos bônus da dívida", acrescentou Rodriguez, esperançoso quanto às negociações com os credores sobre a reestruturação da dívida.

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A Associação Internacional de Produtos Derivados (ISDA), reunida em Nova York, decidiu não resolver a questão de um calote de 1,161 bilhão da PDVSA, "para obter informações claras sobre o cronograma de pagamentos efetuados".

Esse comitê especializado composto por 15 empresas financeiras se reunirá novamente nesta quinta-feira (16).

Temido há semanas, o anúncio de calote parcial do país poderia preceder um "default" geral, ou seja, uma incapacidade total de pagar suas dívidas.

Para evitar esse resultado, o ditador Nicolás Maduro convocou na segunda-feira (13) em Caracas os credores internacionais do país, a fim de renegociar os termos dos empréstimos. A reunião, que durou apenas 25 minutos, terminou sem acordo.

Com reservas internacionais de US$ 9,68 bilhões, a Venezuela deve quitar até o fim do ano cerca de US$ 1,47 bilhão. E, para 2018, tem obrigações de mais de US$ 8 bilhões.

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