MAIS LIDAS
VER TODOS

Cotidiano

Brasil poderá perder até US$ 5 bilhões com calotes de Caracas

RAQUEL LANDIM SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O prejuízo do Brasil com o calote venezuelano deve aumentar significativamente nos próximos meses. Sob condição de anonimato, técnicos do governo brasileiro disseram que a perda pode ficar entre US$ 4 bilhões e U

Da Redação

·
Escrito por Da Redação
Publicado em 15.11.2017, 05:00:00 Editado em 15.11.2017, 05:00:10
Imagen google News
Siga o TNOnline no Google News
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.
Continua após publicidade

RAQUEL LANDIM

continua após publicidade

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O prejuízo do Brasil com o calote venezuelano deve aumentar significativamente nos próximos meses. Sob condição de anonimato, técnicos do governo brasileiro disseram que a perda pode ficar entre US$ 4 bilhões e US$ 5 bilhões.

O ministério da Fazenda se recusou a informar oficialmente a exposição do Brasil à Venezuela. Uma parte importante dos recursos devidos são créditos à exportação avalizados pelo Tesouro Nacional, por meio do Fundo de Garantia à Exportação.

continua após publicidade

Ou seja, no caso de calote, o banco aciona o seguro e o dinheiro sai do Orçamento do próprio governo brasileiro.

Até agora, os venezuelanos já atrasaram o pagamento de uma parcela de US$ 262 milhões desses créditos no âmbito do CCR (convênio de pagamentos e créditos recíprocos) -que funciona como uma câmara de compensação entre os bancos centrais de 12 países latino-americanos.

A parcela está vencida desde setembro, e o Brasil tentou enviar uma missão a Caracas para negociar, mas o governo de Nicolas Maduro se esquivou e não marcou data para a reunião.

continua após publicidade

O Brasil então comunicou o calote ao Clube de Paris, que reúne governos credores e do qual faz parte há um ano, para tentar receber o dinheiro de volta em conjunto com outros países.

Segundo técnicos do governo brasileiro, a dívida total da Venezuela com o Brasil no âmbito do CCR chega a pouco mais de US$ 1 bilhão (R$ 3,31 bilhões no câmbio desta terça-feira).

Boa parte desses valores são obras das construtoras Odebrecht e Andrade Gutierrez, envolvidas na Lava Jato, na Venezuela, que foram financiadas pelo BNDES.

continua após publicidade

LULA E CHÁVEZA

Graças a aproximação entre os ex-presidentes Hugo Chávez (1954-2013) e Luiz Inácio Lula da Silva, o BNDES emprestou US$ 3,2 bilhões para a Venezuela desde 2002.

continua após publicidade

Os dois países chegaram até a anunciar uma parceria -que nunca se concretizou- entre a Petrobras e a PDVSA para a construção da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco. A estatal brasileira acabou sendo obrigada a tocar a obra sozinha.

Os financiamentos do BNDES continuaram sendo liberados no governo Dilma Rousseff até o início de 2016, quando a Venezuela deixou de depositar as garantias necessárias para operar o CCR por causa da deterioração de sua economia. Depois disso, o Brasil interrompeu a concessão de novos créditos.

Além do US$ 1 bilhão registrado no CCR, os técnicos brasileiros estimam haver entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões a dívida não paga pela Venezuela a empresas brasileiras.

Nesse cálculo, estão desde importação de alimentos até pagamentos de passagens para as companhias TAM e GOL, que operavam voos regulares para Caracas.

Com a dificuldade para receber, as empresas brasileiras abandonaram o mercado venezuelano nos últimos anos, e o comércio bilateral minguou.

Em 2008, no auge das trocas entre os dois países, o Brasil exportou US$ 5,15 bilhões para a Venezuela. De janeiro a outubro deste ano, foram US$ 388 milhões.

Gostou desta matéria? Compartilhe!

Icone FaceBook
Icone Whattsapp
Icone Linkedin
Icone Twitter

Mais matérias de Cotidiano

    Deixe seu comentário sobre: "Brasil poderá perder até US$ 5 bilhões com calotes de Caracas"

    O portal TNOnline.com.br não se responsabiliza pelos comentários, opiniões, depoimentos, mensagens ou qualquer outro tipo de conteúdo. Seu comentário passará por um filtro de moderação. O portal TNOnline.com.br não se obriga a publicar caso não esteja de acordo com a política de privacidade do site. Leia aqui o termo de uso e responsabilidade.
    Compartilhe! x

    Inscreva-se na nossa newsletter

    Notícia em primeira mão no início do dia, inscreva-se agora!