SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Estudantes do curso de medicina da USP entraram em greve nesta segunda (13). O movimento atingiu todas as turmas da graduação.
Os 1.069 universitários resolveram não assistir às aulas para denunciar o sucateamento do Hospital Universitário, usado por eles nas aulas teóricas e no período de internato, quando o estudante atua como médico em diferentes especialidades sob a supervisão dos professores. A paralisação foi aprovada em assembleia na semana passada.
De acordo com Maria Luiza Corullon, dirigente do centro acadêmico Oswaldo Cruz, foi a falta de professores no hospital que motivou a greve. A situação é crítica, segundo os estudantes, nas áreas de clínica, ginecologia e anestesia. "Na pediatria, o ideal era ter 32 médicos. Hoje são 22. Se nada for feito, o pronto-socorro pode fechar", diz Corullon.
Segundo a estudante, um processo de demissão em massa fez diminuir o número de professores no hospital e que são responsáveis pela monitoria --a unidade é administrada pela universidade.
"E os que ficaram estão sobrecarregados de plantões. E além de nós, quem mais sofre é a população que necessita de um atendimento público de qualidade", afirma.
No ano passado, os médicos do Hospital Universitário fizeram greve, também reivindicando mais contratações de especialistas para recompor o quadro. Nesta terça (14), os alunos farão um protesto no vão-livre do Masp, às 17h.
Em nota, a Faculdade de Medicina da USP lamentou a greve e classificou a paralisação de "atitude isolada dos estudantes", que são custeados por verba pública e decidiram fazer greve "num momento difícil pelo qual o país passa."
A faculdade afirmou ainda que está em busca de um convênio com a Secretaria Municipal de Saúde para "viabilizar o funcionamento do Hospital Universitário."
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