SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A prova de ciências humanas e linguagens do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) exigiu preparo dos candidatos neste domingo (5), segundo professores de cursinhos preparatórios.
Para Paulo Moraes, diretor de ensino do Anglo Vestibulares, a prova de geografia foi bem feita e a de português, densa. "Um aluno fraco, médio, que não se preparou, não se sai bem nessa prova. Para conseguir compreender as questões, era preciso ter estudado o conteúdo."
Segundo ele, a prova foi mais difícil do que exames passados. "Foi uma prova de humanas mais densa que o normal, era preciso estar ligado em atualidades. Subiu-se um pouco a régua", afirma.
De acordo com Célio Tasinafo, coordenador pedagógico da Oficina do Estudante, de Campinas (SP), a prova foi carregada de questões sobre direitos humanos.
O tema, que liderou o debate nos dias que antecederam a realização desta edição do exame, esteve apareceu em questões sobre a declaração universal dos direitos humanos e terras indígenas. A correção extra oficial da Oficina do Estudante está disponível em http://www.oficinadoestudante.com.br/correcao-de-vestibulares-online/?codigo=5556&dia=191&ano=
Para Tasinafo, esta foi a prova que mais se diferenciou das edições anteriores. Com textos mais enxutos do que a prova de linguagens, ela exigia conhecimentos específicos das disciplinas para resolução das questões, segundo o coordenador.
Na parte de linguagens, como em anos anteriores, os textos longos e abundantes exigiam atenção do candidato.
"A diversidade de linguagens, contemplando vários gêneros, como poesia, propaganda e imagens, também foi uma marca desta prova. O aluno que se preparou para lidar com essas diferentes linguagens se saiu melhor", afirma Tasinafo.
QUESTÃO DÚBIA
De acordo com o professor Eduardo Figueiredo, do Colégio Objetivo, há uma questão com duas respostas consideradas corretas na prova. Ela aborda a Lei das Doze Tábuas, que deu origem à Constituição romana. Há duas alternativas que definem o termo jurídico corretamente: "invenção de códigos jurídicos que desarticulou as aristocracias" e "criação de normas coletivas que diminuiu a desigualdade de tratamento".
"É uma questão dúbia que pode deixar o aluno confuso", disse o professor.
Além disso, ele chamou atenção para a complexidade dos textos que os alunos tinham que ler para responder as questões. "Foram usados textos profundos, de filósofos como Sócrates, Kant e Aristóteles. Em média, o aluno tem três minutos para cada questão, é complicado", diz.
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