SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Arábia Saudita decretou neste domingo (5) a prisão de onze príncipes e dezenas de ministros e antigos secretários de Estado por corrupção, em uma ação sem precedentes em que o príncipe herdeiro Mohamed bin Salman, 32, busca consolidar seu poder.
Foram ainda destituídos o chefe da Guarda Nacional, o chefe da Marinha e o ministro da Economia.
Segundo a agência de notícias Associated Press o príncipe bilionário Alwaleed bin Talal, com inúmeros negócios com o Ocidente, está entre os presos, além de dois filhos do falecido rei Abdullah.
As prisões ocorrem logo após a emissão de um decreto real criando uma comissão anticorrupção liderada pelo príncipe herdeiro.
"A prátia não vai existir a menos que a corrupção seja arrancada pela raiz e os corruptos sejam responsabilizados", disse o decreto real.
Segundo a agência estatal saudita SPA, o objetivo a comissão era "preservar a riqueza estatal, castigar os corruptos e quem se aproveitou de seus cargos".
O Conselho de Clérigos disse no Twitter que os esforços contra a corrupção são "tão importantes quanto a luta contra o terrorismo", o que implica um respaldo religioso à operação.
"A amplitude e a escala das prisões parece não ter precedentes na história saudita moderna", afirmou Kristian Ulrichsen, analista do Baker Institute da Universidade Rice.
As prisões estão sendo interpretadas como um meio de silenciar a oposição às reformas que o príncipe herdeiro tenta implantar no país.
No mês passado, ele prometeu em um fórum em Riad uma Arábia Saudita "moderada e tolerante".
Ele é considerado como a principal autoridade responsável pelo fim, em setembro, da proibição das mulheres sauditas a dirigir.
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