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Casos de sífilis crescem 28% no país em 2016; dados mostram queda neste ano

NATÁLIA CANCIAN BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Em meio a uma epidemia, os casos de sífilis em adultos, gestantes e bebês continuaram a crescer no Brasil em 2016, segundo dados inéditos do Ministério da Saúde divulgados nesta terça-feira (31). Ao todo, foram

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Escrito por Da Redação
Publicado em 31.10.2017, 14:20:00 Editado em 31.10.2017, 14:20:05
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NATÁLIA CANCIAN

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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Em meio a uma epidemia, os casos de sífilis em adultos, gestantes e bebês continuaram a crescer no Brasil em 2016, segundo dados inéditos do Ministério da Saúde divulgados nesta terça-feira (31).

Ao todo, foram detectados 37.436 casos de sífilis em gestantes no último ano, o que representa um aumento de 14,7% em relação a 2015 -quando houve 32.561 casos notificados.

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Já os casos de sífilis congênita, quando a doença é transmitida aos bebês, somaram 20.474 registros, um crescimento de 4,7%.

Em termos de incidência, isso indica uma taxa 6,8 casos a cada mil nascidos vivos -muito acima da meta proposta pela OMS (Organização Mundial da Saúde) para eliminação da doença, a qual prevê taxa de detecção igual ou menor a 0,5.

Apesar do aumento, análise do ministério com base em dados dos anos anteriores e em registros preliminares deste ano indicam sinais de uma primeira desaceleração da epidemia, que havia se agravado desde 2014 com o desabastecimento de penicilina.

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Uma projeção a partir dos dados registrados no primeiro semestre, por exemplo, indica a chance de queda em parte dos casos -seriam, assim, 30.470 casos em gestantes e 17.818 em bebês.

Mesmo diante da trégua, os dados ainda são considerados altos pela equipe técnica.

Entre os desafios, está a queda no uso de preservativos, uma vez que a doença é transmitida sexualmente, e o baixo percentual de diagnóstico precoce da doença em gestantes, o que aumenta o risco de transmissão e sequelas ao bebê.

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Em 2016, apenas 37% das grávidas com sífilis tiveram diagnóstico ainda no primeiro trimestre de gravidez, como é recomendado.

"A situação ideal seria que 100% das gestantes com sífilis tivessem seu diagnóstico no primeiro trimestre. É a garantia de que o bebê está tratado e não vai nascer com sífilis congênita. Mas ela dificilmente chega ao pré-natal nos primeiros três meses, mas no quinto mês", afirma Adele Benzaken, diretora do departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde.

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O cenário se agrava diante do risco de complicações da doença. A sífilis na gravidez pode causar aborto do feto e má-formações ósseas, por exemplo, um cenário que pode ser evitado se houver tratamento correto.

Se os bebês não forem tratados antes de um mês de vida, podem sofrer danos como cegueira, surdez e retardo mental.

Diante do problema, a pasta lançou uma nova campanha para alertar sobre o diagnóstico precoce e tentar reduzir o número de novos casos da doença em bebês.

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SÍFILIS EM ADULTOS

Outro desafio é diminuir o número de casos de sífilis em adultos. No último ano, o crescimento foi de 28% em relação a 2015, o que levou a um total de 87.593 casos registrados.

Mas enquanto nos casos em gestantes e bebês a previsão é de redução, em adultos, a perspectiva é de que haja aumento nos registros neste ano. São esperados ao menos 94.460 casos, de acordo com os dados do Ministério da Saúde.

Questionada, Benzaken atribui o aumento à maior oferta de exames para identificação da doença. Já a redução no total de casos em gestantes e bebês coincide com a retomada do abastecimento de penicilina após reajuste de preços desse produto, afirma.

Para o ministro da Saúde, Ricardo Barros, os dados mostram que a epidemia está mais perto do controle.

"A situação está sob controle porque temos a disposição do medicamento e podemos resolver a questão dos casos identificados. Os números não são os que gostaríamos, mas estamos com as condições todas de poder reduzir os índices da doença", afirma.

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