MAIS LIDAS
VER TODOS

Cotidiano

Municípios terão reforço de R$ 200 milhões para conter avanço da doença

Para conter o avanço da sífilis no país, Governo Federal, estados e municípios vão intensificar ações de prevenção, diagnóstico e tratamento da doença. A estratégia, chamada de Resposta Rápida à Sífilis nas Redes de Atenção, foi pactuada na Comissão Inter

Da Redação

·
Ações vão priorizar 100 municípios que concentram 60% dos casos de sífilis do país (Foto: Divulgação)
Icone Camera Foto por Reprodução
Ações vão priorizar 100 municípios que concentram 60% dos casos de sífilis do país (Foto: Divulgação)
Escrito por Da Redação
Publicado em 31.10.2017, 13:56:00 Editado em 31.10.2017, 14:00:03
Imagen google News
Siga o TNOnline no Google News
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.
Continua após publicidade

Para conter o avanço da sífilis no país, Governo Federal, estados e municípios vão intensificar ações de prevenção, diagnóstico e tratamento da doença. A estratégia, chamada de Resposta Rápida à Sífilis nas Redes de Atenção, foi pactuada na Comissão Intergestores Tripartite (CIT). Municípios terão R$ 200 milhões garantidos no orçamento do Ministério da Saúde por emenda parlamentar. Serão priorizadas 100 cidades que concentram 60% dos casos da doença. A iniciativa é uma das metas da agenda estratégica para redução da sífilis congênita no país lançada ano passado e que, com a nova ação, foi renovada por mais dois anos. A estratégia conta ainda com a parceira de organismos internacionais, associações e sociedades médicas.

continua após publicidade

No Paraná, as cidades com mais casos são Almirante Tamandaré e Curitiba. Na região, o número de casos aumentou 500% nos últimos cinco anos, mas nenhuma cidade entrou na lista prioritária.

Ao anunciar a agenda, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, enfatizou que a ampliação do diagnóstico e do tratamento é fundamental para reduzir os índices da doença. “Garantimos o abastecimento dos municípios com a penicilina e ampliamos também a oferta dos testes. Mas ainda é necessária uma mudança no comportamento dos profissionais de saúde e também da população”, explicou Ricardo Barros.

continua após publicidade

Os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) trabalharão de forma integrada para fortalecer diagnóstico, vigilância epidemiológica, tratamento, assistência, pesquisa e comunicação. O Ministério da Saúde assumiu a compra centralizada da penicilina. Foram destinados R$ 13,5 milhões para a aquisição de 2,5 milhões de ampolas de penicilina benzatina, para o tratamento da sífilis adquirida e em gestantes, além de 450 mil ampolas da penicilina cristalina, para tratar a doença em bebês. A quantidade garantirá o abastecimento da rede pública até 2019.

Na ampliação e qualificação do diagnóstico, uma das ações do plano é o aumento da testagem, principalmente nas grávidas. Isso porque a identificação ainda no primeiro trimestre da gestação e o tratamento adequado impedem a transmissão da doença da mãe para o bebê. Neste ano, até setembro, o Ministério da Saúde enviou mais de 6,3 milhões de testes de sífilis, crescimento de 33,7% em relação a 2016 (4,7 milhões). Deste total, 2,3 milhões especificamente para a Rede Cegonha, 56% a mais do que os 1,5 milhão distribuídos no ano passado. “Quanto mais nós diagnosticamos gestantes com sífilis, menos crianças nascem com a doença. Portanto, precisamos que o pré-natal seja qualificado, para os serviços de saúde tratem as gestantes e assim haja redução da transmissão de mãe para filho”, completou o ministro.

Também para qualificar a vigilância, haverá ampliação dos Comitês para Investigação da Transmissão Vertical e fortalecimento das Salas de Situação em estados e municípios para o monitoramento da situação epidemiológica.

continua após publicidade

Além de assegurar a penicilina para a ampliação do tratamento, o plano prevê implantação de linhas de cuidado para a sífilis com acompanhamento de crianças expostas a doença e também com intervenção em populações chave, como gays e outros homens que fazem sexo com homens, travestis e profissionais do sexo. No eixo de pesquisa e comunicação, está prevista a realização de campanhas educativas durante todo o ano e incentivos para desenvolvimento de estudos e pesquisas voltados para o enfrentamento e monitoramento da doença.

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO - Todos os tipos de sífilis - adulto, em gestantes e congênita (em bebês) são de notificação obrigatória no país há pelo menos cinco anos. Segundo dados do Boletim Epidemiológico de 2017, entre 2015 e 2016, a sífilis adquirida teve um aumento de 27,9%; a sífilis em gestantes de 14,7% e a congênita de 4,7%.

Em 2016, foram registrados 87.593 casos de sífilis adquirida em todo o país, com taxa de detecção de 42,5 casos por 100 mil habitantes. Já em gestantes, a taxa de detecção da sífilis foi de 12,4 casos a cada 1.000 nascidos vivos, considerando o total de 37.436 casos da doença.
Com relação à sífilis congênita (em bebês), ano passado foram notificados 20.474 casos da doença, uma taxa de incidência de 6,8 por 1.000 nascidos vivos.

continua após publicidade

O novo boletim já aponta que 37% das mulheres grávidas com sífilis conseguiram realizar o diagnóstico precocemente. Em 2015, a porcentagem foi de 32,2%. Esse aumento foi possível devido à ampliação da testagem durante o pré-natal. Para a diretora do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais, Adele Benzaken, o aumento nos índices significa uma melhora na identificação da doença. “Isso quer dizer que estamos conseguindo chamar os parceiros sexuais das gestantes para a testagem e para o tratamento, e que a população adulta está buscando os serviços de saúde para fazer o teste. Então essa questão de aumento quer dizer que a cobertura da testagem está aumentando. A gente espera que, assim, por consequência, haja uma redução da sífilis congênita”, avaliou Adele.

CAMPANHA - Para incentivar a testes em grávidas e seus parceiros sexuais, o Ministério da Saúde lançou uma nova campanha que será veiculada na internet. O público-alvo são os jovens até 35 anos, casais e gestantes. O objetivo é alertar para a importância do diagnostico precoce que possibilita o tratamento adequado e diminuição da mortalidade em bebês.

Com os slogans - “faça o teste de sífilis, proteja o seu futuro” e “faça o teste de sífilis, proteja o seu futuro e de seu filho” - a campanha contém vídeo para internet e material para as mídias sociais, além de cartazes e folders que serão distribuídos aos estados.

Nas redes sociais, a campanha ganhou uma aliada. Recém-mãe, a atriz Sheron Menezes, que fez o teste de sífilis no início do pré-natal, tirou uma foto momentos antes de dar a luz ao Benjamin e lembrou que cuidar da saúde é garantir o futuro de um filho. 

Gostou desta matéria? Compartilhe!

Icone FaceBook
Icone Whattsapp
Icone Linkedin
Icone Twitter

Mais matérias de Cotidiano

    Deixe seu comentário sobre: "Municípios terão reforço de R$ 200 milhões para conter avanço da doença"

    O portal TNOnline.com.br não se responsabiliza pelos comentários, opiniões, depoimentos, mensagens ou qualquer outro tipo de conteúdo. Seu comentário passará por um filtro de moderação. O portal TNOnline.com.br não se obriga a publicar caso não esteja de acordo com a política de privacidade do site. Leia aqui o termo de uso e responsabilidade.
    Compartilhe! x

    Inscreva-se na nossa newsletter

    Notícia em primeira mão no início do dia, inscreva-se agora!