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ATUALIZADA - Justiça Militar manda soltar PM que matou turista espanhola na Rocinha

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A Auditoria da Justiça Militar, órgão do Tribunal de Justiça do Rio, concedeu liberdade ao tenente da PM que matou uma turista espanhola na Rocinha na última segunda-feira (23). O tenente Davi dos Santos Ribeiro, 30, fez

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 25.10.2017, 22:00:00 Editado em 25.10.2017, 22:00:12
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RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A Auditoria da Justiça Militar, órgão do Tribunal de Justiça do Rio, concedeu liberdade ao tenente da PM que matou uma turista espanhola na Rocinha na última segunda-feira (23).

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O tenente Davi dos Santos Ribeiro, 30, fez dois disparos de fuzil contra o carro em que estava a turista Maria Esperanza Jimenez, 67, e outras quatro pessoas em um tour pela favela.

A turista foi atingida no pescoço e morreu antes de chegar ao hospital.

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Ribeiro já havia sido beneficiado com a liberdade provisória pela Justiça comum, mas permanecia preso por responder também a inquérito na Justiça Militar.

Naquele processo, Ribeiro foi indiciado pela Polícia Civil por homicídio doloso e preso em flagrante. Na Justiça Militar, ele responde por disparo de arma de fogo em via pública.

O soldado Luiz Eduardo de Noronha Rangel, que estava no momento da ação na favela e chegou a dar um tiro para o alto, também responde a inquérito na Justiça Militar e foi beneficiado com a liberdade provisória.

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A juíza Ana Paula Monte Figueiredo, titular da Auditoria da Justiça Militar, entendeu que os disparos foram feitos durante o exercício da função dos policiais.

A magistrada acompanhou parecer do Ministério Público, que entendeu que a prisão seria excessiva no momento —ainda que o policial tenha descumprindo normas básicas durante a ação que resultou na morte da turista.

Com a decisão, os militares poderão deixar o batalhão prisional, em Niterói, região metropolitana do Rio. A juíza ressaltou que a decisão foi proferida na Justiça Militar e se ateve apenas à conduta do policial. O eventual crime de homicídio —o tenente não é réu ainda— será julgado na Justiça comum.

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O CASO

A turista espanhola morreu três dias depois de chegar o Rio. Ela estava em um carro de passeio com seu irmão e sua cunhada no momento do disparo.

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Eles eram acompanhados por um motorista italiano e uma guia de turismo brasileira. Uma agência de turismo espanhola contratou os serviços turísticos de uma agência no Rio.

Segundo as investigações, os turistas não foram alertados sobre os recentes conflitos armados na Rocinha.

Há um mês que houve um racha entre traficantes da facção que domina o tráfico da Rocinha. A polícia interveio e depois de cinco dias as Forças Armadas ocuparam a favela por uma semana. Em um mês de operações, 11 pessoas morreram e 51 suspeitos foram presos.

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Ainda de acordo com as investigações, os estrangeiros foram deixados no pé do morro na manhã de segunda. Mais tarde, o carro de passeio, um Fiat Freemont com vidros escuros, subiu a favela para buscar os turistas numa região conhecida como Boiadeiro. O local é uma zona comercial, mas também um ponto de tráfico.

O carro no estilo caminhonete de luxo não é comumente usado em passeios turísticos na favela. As operadoras costumam levar turistas em jipes abertos.

A turista foi baleada cerca de uma hora depois que dois PMs e um suspeito tinham sido feridos durante uma troca de tiros.

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A versão do policial foi que o carro furou um bloqueio e não respeitou a ordem de parada. O motorista, a guia e os dois turistas sobreviventes alegaram em depoimento que não receberam tal ordem, tampouco avistaram um bloqueio.

O tenente fez dois disparos em direção ao carro. Um deles atravessou o vidro traseiro e atingiu o pescoço da turista. O motorista relatou que ouviu disparos quando descia da favela e acelerou com o carro.

A bala que atravessou a jugular da turista ficou alojada no encosto de cabeça do assento do motorista.

Alguns metros depois, quando o carro foi finalmente abordado pela polícia, os presentes dentro do veículo perceberam que Jimenez havia sido atingida. Mesmo socorrida, ela chegou ao hospital sem vida.

A Delegacia de Atendimento ao Turista da Polícia Civil estuda formas de responsabilizar a agência de viagens por ter sido negligente com a segurança dos clientes e não tê-los alertado do risco do passeio.

Já a Delegacia de Homicídios investiga o assassinato da turista. O caso também está sendo apurado pela corregedoria da PM.

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