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ATUALIZADA - 55% dos alunos de 8 anos não sabem ler e fazer conta direito

PAULO SALDAÑA SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Mais da metade dos alunos do 3º ano do ensino fundamental da rede pública do Brasil têm nível de leitura e matemática considerado insuficientes, segundo dados de avaliação nacional de alfabetização realizada no a

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 25.10.2017, 20:35:00 Editado em 25.10.2017, 20:35:12
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PAULO SALDAÑA

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Mais da metade dos alunos do 3º ano do ensino fundamental da rede pública do Brasil têm nível de leitura e matemática considerado insuficientes, segundo dados de avaliação nacional de alfabetização realizada no ano passado. Em escrita, mais de um terço estão defasados.

Na comparação com a última edição, em 2014, a situação é de estagnação em leitura: 56% dos alunos estavam em níveis insuficientes em 2014, e agora são 55%. Esses alunos não teriam a competência de localizar uma informação explícita em textos como lenda e cantiga folclórica.

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Mais de 2 milhões de crianças participaram da avaliação (ANA). Quase 90% dos alunos possuíam 8 anos ou mais no momento da aplicação, em novembro de 2016.

O MEC divide os resultados de desempenho em leitura em quatro níveis (elementar, básico, adequado e desejável), sendo os dois primeiros considerados como insuficientes e os dois últimos, suficientes. Só 13% dos alunos alcançam o patamar "desejável" --em 2014, eram 11%.

A média nacional esconde fortes desigualdades regionais. Mais de um terço dos alunos do Norte e Nordeste ficaram posicionados no nível 1, considerado elementar. Na região Sul, são 12%.

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Somente oito Estados têm menos da metade dos alunos nos dois piores níveis. Minas Gerais tem a menor proporção de crianças nessas condições, mesmo com resultados desfavoráveis: 38% não ultrapassam o nível básico.

São Paulo aparece com o terceiro melhor resultado. Entretanto, 41% dos alunos têm desempenho inadequado.

Para o economista Ernesto Faria, as desigualdades são muito altas. "É reflexo de questões socioeconômicas, mas também de uma escola que reproduz desigualdade e oferece menos a quem mais precisa", diz ele, diretor do Iede (Instituto Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional).

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Segundo a presidente do Inep, Maria Inês Fini, a Base Nacional Comum Curricular pode ajudar. "Ela definirá melhor o que é o processo de alfabetização".

A Base define o que os alunos têm de aprender a cada série e deverá sustentar os currículos de todas as escolas do país, públicas e privadas. O bloco que vai da educação infantil ao ensino fundamental está em análise final no Conselho Nacional de Educação e deve ficar pronto neste ano. A parte do ensino médio permanece no MEC, sem previsão de conclusão.

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ESCRITA

Em escrita, 34% dos alunos estão em nível insuficiente. Não conseguem, por exemplo, fazer uso adequado da pontuação, de modo a comprometer uma narrativa. Os dados de 2016 não são comparáveis com a avaliação de 2014, segundo o MEC.

Enquanto no Norte e Nordeste um quarto dos estudantes não passou do nível elementar, por exemplo, esse índice na região Sul é de 6%.

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Já em matemática, 55% têm desempenho insuficiente em matemática. Não resolvem, por exemplo, contas de subtração com dois algarismos. Eram 57% em 2014.

O comportamento de desigualdade se repete. Norte e Nordeste têm mais de um terço no primeiro nível. No Sudeste, são 15%.

O MEC ainda anunciou um programa de reforço para a alfabetização. Entre as ações, está previsto a inclusão de professores assistentes para atuar em conjunto com os docentes que já estão em sala.

A expectativa é atingir 200 mil turmas de 1º e 2º anos no ano que vem, com o investimento de R$ 523 milhões.

O programa será articulado com a Política de Formação de Professores, lançada na semana passada, e que prevê 80 mil vagas da chamada "residência pedagógica".

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