SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A China revelou nesta quarta-feira (25) os novos membros do Comitê Permanente do Politburo [o órgão que, de fato, governa a China] sem deixar claro o sucessor do presidente Xi Jinping.
Do grupo de sete membros mais poderosos do Partido Comunista chinês, apenas o próprio Xi e Li Keqiang permanecem no comitê.
As mudanças no grupo e a ausência de uma indicação clara de sucessor fizeram crescer as especulações de que Xi planeja um terceiro mandato a partir de 2022.
Todos os homens escolhidos para o comitê estão na casa dos 60 anos e nasceram após a revolução comunista de 1949. Nenhum deles é considerado jovem o bastante para assumir o poder e comandar o país por uma década, como é costumeiro na política chinesa.
Em outra demonstração de força e prestígio, Xi teve suas ideias incluídas na Constituição do país, colocando-o ao lado do fundador da China moderna, Mao Tsé-tung, e de Deng Xiaoping, cujas reformas iniciadas no fim dos anos 1970 transformaram o país em uma potência.
- 14 anos é a idade mínima para entrar na Juventude Comunista, principal porta de entrada para o PC
- 88 milhões de membros tem o PC chinês, cerca de 6% da população do país
- 75% dos integrantes são homens
- 30% dos integrantes trabalham na agropecuária
PRINCIPAIS QUESTÕES DO CONGRESSO
- Presidente
Hoje, Xi Jinping é o secretário-geral do partido; não há presidente. Recriar a posição diminuiria a importância do Comitê Permanente
- Comitê Permanente
Formado por sete homens, dos quais a maioria vai se aposentar. Entre os cotados para ingressar estão Li Shulei, que atua no combate à corrupção, e Chen Miner, aliado de Xi
- Indicações
Diversas indicações, como a de ministro do Exterior e de presidente do Banco Central, serão decididas, mas algumas só serão anunciadas em março de 2018
- Sucessor
A ascensão de Xi foi confirmada em 2007, quando passou a integrar o Comitê Permanente. Um sucessor teria de ser apontado para o órgão agora e ser jovem o bastante para servir por ao menos 15 anos
- Reformas
Congresso vai determinar se Xi manterá sua promessa de 2013 de que o mercado tenha papel "decisivo" na economia. Iniciativas de reforma serão importantes, como as ligadas ao sistema fiscal, aos impostos sobre os imóveis e à posse de terras
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