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ATUALIZADA - Turista morre baleada por PM na Rocinha

LUCAS VETTORAZZO RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Uma turista espanhola de 67 anos morreu após ser atingida por tiro da polícia na favela da Rocinha, em São Conrado, zona sul do Rio, na manhã desta segunda (23). Um soldado e um oficial da PM foram presos

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 23.10.2017, 21:05:00 Editado em 23.10.2017, 21:05:10
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LUCAS VETTORAZZO

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RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Uma turista espanhola de 67 anos morreu após ser atingida por tiro da polícia na favela da Rocinha, em São Conrado, zona sul do Rio, na manhã desta segunda (23). Um soldado e um oficial da PM foram presos devido à ação.

Segundo a corporação, ela estava, com outros turistas, em um carro que teria furado um bloqueio policial às 10h30 no largo do Boiadeiro, área na parte alta da favela. Sem saber quem eram os passageiros, os policiais teriam disparado, atingindo a turista Maria Esperanza Jimenez.

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Essa versão ainda é alvo de investigação, segundo Fábio Cardoso, titular da Delegacia de Homicídios. O motorista e uma turista que estava no veículo disseram que não viram nenhum bloqueio policial.

A morte ocorreu em uma manhã marcada por confrontos entre policiais e traficantes. Dois PMs e um suspeito ficaram feridos após troca de tiros por volta das 9h30.

FUZIL

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O caso será investigado pela corregedoria da PM. A corporação disse que, pelo manual de abordagem, os policiais não devem efetuar disparos em situações como a desta segunda, mas realizar perseguição ao veículo.

Maria Esperanza morreu após levar um tiro de fuzil na região do pescoço. Ela era uma empresária do ramo imobiliário da cidade de Puerto de Santa María, em Cádiz, no sul da Espanha.

Segundo a delegada Valéria Aragão, titular da Delegacia de Atendimento ao Turista, havia cinco pessoas no carro no momento do disparo —três turistas espanhóis, um motorista com cidadania italiana e radicado no Brasil e uma guia turística brasileira.

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Uma empresa espanhola teria contratado uma empresa de locação de carros com motorista e uma guia terceirizada para fazer esse tour. O Fiat Freemont em que estavam foi atingido por dois tiros, um deles na parte traseira.

Segundo a delegada Valéria, os turistas deixaram um hotel em Botafogo e seguiram para a favela às 8h40. Uma hora depois, houve confronto no local. A empresa turística não teria alertado os clientes do risco da atividade.

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Não é comum carros de passeio fazerem serviço de transporte de turistas na favela. Em geral, as operadoras de turismo levam turistas para a comunidade em jipes abertos, e não em carros fechados.

O carro teria deixado os turistas na parte baixa da favela para um passeio a pé e sido acionado para buscar os turistas na região do Boiadeiro, conhecida por abrigar uma boca de fumo e usada também como rota de fuga por traficantes —a área não costuma ser visitada por turistas.

Em agosto, uma turista inglesa foi baleada por traficantes em uma favela de Angra dos Reis. Em dezembro, um turista italiano foi morto na favela dos Prazeres, em Santa Teresa, centro do Rio. Nos dois casos, os turistas entraram na favela por engano e foram mortos por traficantes.

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GUERRA

A Rocinha vive clima de guerra há mais de um mês devido à disputa entre criminosos. Tropas das Forças Armadas chegaram a cercar a comunidade por uma semana.

Agora, a favela está ocupada por 550 PMs, que fazem incursões diárias na parte alta em busca de traficantes.

Os conflitos começaram depois de um racha na facção ADA (Amigos dos Amigos), que dominava a venda de drogas na favela. O traficante Rogério 157 teria desobedecido uma ordem de Nem, que está preso em Rondônia, para devolver bocas de fumo.

A despeito da presença policial, há indícios de que homens dos dois grupos ainda permanecem na favela. Rogério 157 estaria se aliando à facção CV (Comando Vermelho), a maior do Rio. Desde que os conflitos começaram, 44 pessoas foram presas e pelo menos 11 pessoas morreram.

O Rio enfrenta grave crise financeira e está perto de um colapso na segurança. Um efeito da crise tem sido a alta da criminalidade —e queda do efetivo de policiais em UPPs.

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