MAIS LIDAS
VER TODOS

Cotidiano

Premiê espanhol anuncia a suspensão de autonomia de Barcelona

DIOGO BERCITO MADRI, ESPANHA (FOLHAPRESS) - O governo espanhol decidiu neste sábado (21) remover o presidente catalão, Carles Puigdemont, de suas funções. Essa medida, que deve ser votada pelo Senado durante os próximos dias, é uma resposta ao desafio sep

Da Redação

·
Escrito por Da Redação
Publicado em 21.10.2017, 10:10:00 Editado em 21.10.2017, 10:10:10
Imagen google News
Siga o TNOnline no Google News
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.
Continua após publicidade

DIOGO BERCITO

continua após publicidade

MADRI, ESPANHA (FOLHAPRESS) - O governo espanhol decidiu neste sábado (21) remover o presidente catalão, Carles Puigdemont, de suas funções. Essa medida, que deve ser votada pelo Senado durante os próximos dias, é uma resposta ao desafio separatista da Catalunha.

O premiê conservador, Mariano Rajoy, detalhou em um discurso as demais medidas de seu governo.

continua após publicidade

Essas ações fazem parte do Artigo 155 da Constituição, que permite a suspensão temporária da autonomia regional. Esse texto nunca foi utilizado na Espanha e será recebido por manifestações nas ruas da Catalunha.

Madri nomeará um representante para centralizar a administração regional catalã. Todo o conselho de Puigdemont será removido, e o Executivo espanhol deve antecipar as eleições catalãs.

O pleito pode ocorrer nos próximos seis meses, quando estava originalmente previsto apenas ao fim de 2019.

continua após publicidade

Não há planos de dissolver o Parlamento regional catalão nem impedir a atividade legislativa. O funcionamento da Casa, no entanto, será limitado -não poderá nomear mais seu próprio presidente, por exemplo.

"Aplicamos o Artigo 155 porque nenhum governo de nenhum país democrático pode aceitar que a lei seja violada", afirmou Rajoy.

Agravando ainda mais a crise, o Ministério Público confirmou também no sábado que estuda acusar Puigdemont pelo crime de rebelião, que pode levar a 30 anos de prisão na Espanha.

continua após publicidade

Ele será acusado caso insista em formalizar a independência catalã nestes dias, como tem ameaçado fazer.

SENADO

continua após publicidade

As medidas detalhadas por Rajoy no sábado ainda precisam ser discutidas por um comitê, que deve ouvir a defesa presidente catalão.

O Senado provavelmente votará na sexta-feira (27), aprovando as medidas definitivamente. Rajoy tem a maioria absoluta necessária.

Todo esse procedimento foi acordado entre o governo do conservador Partido Popular e a principal força de oposição, o PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol). O Cidadãos, de centro-direita, deu também o seu aval para o Artigo 155.

continua após publicidade

O governo central justificou sua decisão em um documento oficial circulado durante a manhã de sábado entre correspondentes internacionais baseados no país.

O separatismo catalão foi descrito em duros termos como "incumprimento manifesto, contumaz e deliberado" e " desobediência rebelde e sistemática", algo que afeta "de maneira grave o interesse geral da Espanha".

A intervenção espanhola na administração regional catalã inaugura um novo período de instabilidade no país, que já vive sua pior crise institucional desde a redemocratização nos anos 1970.

continua após publicidade

A presença do Estado central na Catalunha é bastante limitada, e tem sido gradualmente reduzida. Segundo o jornal espanhol "El País", apenas 9% dos funcionários públicos catalães pertencem à administração central, em comparação aos 16% registrados na vizinha Valência.

A Catalunha tem também sua própria polícia, os chamados Mossos d'Esquadra, ao contrário da maior parte das regiões espanholas.

continua após publicidade

São 17 mil policiais da força catalã atuando nessa região, contra os 5.968 representantes policiais de Madri.

CONSULTA

A Catalunha é uma região espanhola já com algum grau de autonomia, incluindo Parlamento e polícia próprios. Mas partidos separatistas têm ganhado fôlego nestes anos. Uma das justificativas é econômica: a região é responsável por 20% do PIB espanhol, de US$ 1,2 trilhão.

Desafiando Madri, que considera esse separatismo injustificado, o governo catalão realizou um plebiscito separatista em 1º de outubro. Só participaram da consulta 43% do eleitorado, dos quais 90% apoiaram a separação.

O plebiscito foi decretado ilegal pelo Tribunal Constitucional -cuja página oficial na internet foi atacada neste sábado (21) pelo coletivo de hackers Anonymous.

Com o decreto da Justiça, o resultado não teve valor ao governo de Madri. A União Europeia e diversos países, como França e Alemanha, demonstraram apoio à unidade territorial espanhola.

Desafiando todos os avisos, no entanto, o presidente catalão, Puigdemont, foi ao Parlamento regional em Barcelona em 10 de outubro e declarou a independência. Em seguida, ele suspendeu os efeitos da proclamação, pedindo diálogo com Madri.

Madri exigiu que Puigdemont voltasse atrás até a quinta-feira (19), o que ele se recusou a fazer -a justificativa dada pelo governo para implementar o Artigo 155.

Gostou desta matéria? Compartilhe!

Icone FaceBook
Icone Whattsapp
Icone Linkedin
Icone Twitter

Mais matérias de Cotidiano

    Deixe seu comentário sobre: "Premiê espanhol anuncia a suspensão de autonomia de Barcelona"

    O portal TNOnline.com.br não se responsabiliza pelos comentários, opiniões, depoimentos, mensagens ou qualquer outro tipo de conteúdo. Seu comentário passará por um filtro de moderação. O portal TNOnline.com.br não se obriga a publicar caso não esteja de acordo com a política de privacidade do site. Leia aqui o termo de uso e responsabilidade.
    Compartilhe! x

    Inscreva-se na nossa newsletter

    Notícia em primeira mão no início do dia, inscreva-se agora!