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Líder de Mianmar cria comitê para atuar na crise da minoria rohingya

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A líder de fato do Mianmar, Aung San Suu Kyi, anunciou na quinta-feira (12) a criação de um comitê para coordenar os esforços de ajuda humanitária internacional e de apoio local ao Estado de Rakhine, no norte do país. A regiã

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 13.10.2017, 22:30:00 Editado em 13.10.2017, 22:30:11
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A líder de fato do Mianmar, Aung San Suu Kyi, anunciou na quinta-feira (12) a criação de um comitê para coordenar os esforços de ajuda humanitária internacional e de apoio local ao Estado de Rakhine, no norte do país.

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A região está sob tensão desde que ataques de grupos rebeldes da minoria rohingya contra delegacias provocaram uma campanha de repressão do Exército de Mianmar, que a ONU descreveu como "limpeza étnica". Vilarejos inteiros foram queimados.

Mais de 500 mil pessoas fugiram para o vizinho Bangladesh desde o dia 25 de agosto.

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Em um discurso na emissora de televisão estatal, ela reconheceu que o país enfrenta duras críticas da comunidade internacional por causa da crise de refugiados e clamou por união.

Suu Kyi anunciou que o novo comitê, que se chamará "União para Assistência Humanitária, Reassentamento e Desenvolvimento de Rakhine", irá coordenar os esforços para a criação de um Estado "pacífico e desenvolvido".

Ela informou que está dialogando com Bangladesh sobre o retorno "daqueles que estão nesse país", sem dar maiores detalhes. Autoridades de seu governo sugeriram que os refugiados deverão comprovar residência em Mianmar para serem aceitos de volta.

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Os rohingyas não têm direito à cidadania birmanesa. Como apátridas, eles não têm acesso a serviços básicos, como educação e saúde, e são proibidos de votar. A grande maioria não possui documentos oficiais, o que torna a exigência de comprovação de residência um impeditivo para seu retorno.

Segundo Suu Kyi, seu governo convidou agências das Nações Unidas e instituições financeiras como o Banco Mundial para ajudarem no desenvolvimento de Rakhine. Desde o início do conflito, Mianmar tem restringido o acesso de grupos de ajuda internacionais e jornalistas à região.

Em nenhum momento em seu pronunciamento Suu Kyi se referiu à minoria muçulmana usando o termo "rohingya". Porém, chamou as demais etnias do país por seus nomes.

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Em maio de 2016, ela esteve no centro de uma polêmica por recomendar ao recém chegado embaixador americano no Mianmar que evitasse o termo.

U Kyaw Zay Ya, porta voz do Ministério de Relações Exteriores, justificou à época que os rohingya não deveriam ser chamados por esse nome porque não são um dos 135 grupos étnicos reconhecidos por lei.

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"Nossa posição é que o uso desse termo polêmico não contribui para o processo de reconciliação nacional", afirmou.

Muitos birmaneses alegam que os rohingya são uma etnia implantada durante a colonização britânica, que trouxe milhares de trabalhadores muçulmanos de Bangladesh.

Com maioria budista, o país é marcado pela influência de monges radicais que denunciam os rohingya, que são muçulmanos, como uma ameaça.

Suu Kyi recentemente cancelou sua ida à Assembleia Geral da ONU —uma decisão vista como uma tentativa de evitar as críticas internacionais que vem sofrendo desde o início da onda de violência contra a minoria.

Críticos já pediram a revogação de seu prêmio Nobel da Paz, concedido por sua atuação política pacifista em 1991.

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