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Maria Bueno: A história da santa paranaense que a Igreja Católica não reconhece

Como todo estado brasileiro, o Paraná não poderia ser diferente quando falamos de contos e causos muito disseminados entre sua população, que tiveram raízes em histórias contadas por nossos avôs e até mesmos, comentada em meios de conversa nos dias de hoj

Da Redação

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A 'santa' paranaense é sempre muito procurada por pessoas de Curitiba e região, sua fama de 'milagreira' já alcança até mesmo outros países. (Foto: Reprodução)
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A 'santa' paranaense é sempre muito procurada por pessoas de Curitiba e região, sua fama de 'milagreira' já alcança até mesmo outros países. (Foto: Reprodução)
Escrito por Da Redação
Publicado em 05.10.2017, 13:56:00 Editado em 05.10.2017, 14:39:57
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Como todo estado brasileiro, o Paraná não poderia ser diferente quando falamos de contos e causos muito disseminados entre sua população, que tiveram raízes em histórias contadas por nossos avôs e até mesmos, comentada em meios de conversa nos dias de hoje. No caso do nosso estado, uma das maiores 'lendas' - se é que assim podemos dizer - se dá por conta da história de Maria Bueno da Conceição, ou apenas Maria Bueno, como é popularmente chamada.

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Muitos há conhecem como santa e milagrosa, dizem que qualquer pedido feito a ela com fé será atendido. O caso de Maria Bueno é tão conhecido, que existem romarias que vem até o túmulo da moça na capital do estado, Curitiba. Localizado no Cemitério Municipal de Curitiba, no bairro São Francisco, o local é aberto ao público e conta com centenas de pedidos e velas para a intercessão da mesma em casos relatados por seus devotos.

A história de Maria Bueno já foi tema de reportagens televisas e até encenação de dramaturgia para emissoras locais. Tudo começa quando a ainda adolescente Maria, nascida em dezembro de 1854, teve que se mudar de Morretes, sua terra natal, para Curitiba, no intuito de ter uma vida melhor. Ela passa então a cuidar de dois idosos que logo morrem, o que obriga a Bueno a tentar outros meios para ganhar a vida.

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Maria Bueno: A história da santa paranaense que a Igreja Católica não reconhece
Foto por Reprodução

Ela se esforça como lavadeira, porém seu destino infortuno a deixa passando necessidades com o pouco dinheiro que ganhava, quando então ela resolve seguir caminhos mais tortuosos e tentar a vida como meretriz, segundo relato da internet. No bordel, Maria conhece seu namorado e também seu algoz Inácio José Diniz, que queria que ela não voltasse mais ao local. Descumprido a vontade dele, Maria foi emboscada por Inácio, que quase a degolou com uma navalha por ciúmes em seu plena juventude de seus 29 anos de idade.

OS MILAGRES

Em uma segunda história, no que seria uma 'psicografia', os devotos de Bueno dizem que ela nunca foi meretriz, nem nunca teve o intuito do mesmo, sendo culpada apenas de ser uma boa moça que queria ser freira e fora mandada pela capital por padres para tal e que ela foi morta ao resistir à tentativa de Diniz de estuprá-la, quando voltava de seu trabalho como lavadeira. 

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Pouco tempo depois de chocar a ainda pequena Curitiba, o rapaz foi preso e julgado, porém fora absolvido, por mais incrível que isso possa parecer. Não muito longe da data de sua absolvição, Inácio que era um soldado, se rebelou contra uma invasão federalista e foi preso novamente, sendo outra vez julgado e consequentemente decapitado por traição. Muitos dos devotos de Bueno acreditam que esse foi o primeiro 'milagre' da santa curitibana, que fez justiça por conta própria contra seu assassino.

Entre os 'milagres' de Bueno está a famosa história da rosa vermelha. Dizem que no local onde Maria fora morta havia sido posta uma cruz de madeira e nela nasceu uma linda rosa vermelha, que seria a representação do espirito da mesma e que dera inicio a presunções de que Maria seria realmente uma santa, mesmo sem a aprovação da Igreja Católica.

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Foto por Reprodução

Muitos foram os pedidos de devotos, ao ponto de ter de ser construído uma espécie de altar para Maria em seu túmulo, local esse que conta com outro milagre. Segundo populares, havia ali uma caixinha para que fieis depositassem dinheiro para a construção de um local maior para abrigar os romeiros de Bueno e que em uma noite, ladrões tentaram levar a mesma, começando um incêndio que de acordo com o falado, foi apagado pelo espirito de Maria Bueno.

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A DEVOÇÃO

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Os outros milagres feitos por ela vão desde uma vela acendida em seu nome junto de seu túmulo que permaneceu acesa por 20 dias, até pessoas que se curaram de graves enfermidades após pedir a ajuda da santa. Em Curitiba, no dia de finados, uma grande comoção é feita em torno do túmulo de Bueno, levando milhares de fiéis e até mesmo imprensa ao local.

Uma legião de pessoas comparece fielmente no túmulo de Bueno todos os anos no dia 2 de novembro, lá eles deixam seus pedidos, bem como seu agradecimento, a grande maioria já é público cativo há décadas e diz se emocionar em todas as vezes que visitam o local, como se fosse a primeira. Uma delas revelou recentemente à reportagens locais que chegou a se curar de um nódulo na garganta após pedir ajuda para a santa.

A devoção vista entre tantas pessoas chega a comover quem nem mesmo acredita que seja possível tais milagres. Centenas de pessoas se revezam para pedir ou agradecer a Maria Bueno por suas vidas e também proteção que garantem ser advindos de sua fé em uma mulher que comove há mais de um século milhares de paranaenses.

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