Quem vê um monte de terra em meio as obras de duplicação da BR-376 [altura do km 145], em Presidente Castelo Branco, no Noroeste do Paraná, não imagina o porquê das máquinas paradas naquele trecho. É que ali vive uma família de corujas-buraqueiras (Athene cunicularia). Para não ocasionar risco aos animais a concessionária de pedágio Viapar, empresa responsável, optou por alterar o roteiro dos trabalhos no segmento.
As aves fizeram morada justo onde as máquinas retiram terra para a construção das novas pistas e isso foi percebido pelos funcionários da Viapar.
"O pessoal da obra verificou que a coruja não ia embora. Foi quando a gente foi inspecionar o local e foi identificado esse ninho", relata Guilherme Carneiro Giandon, engenheiro de segurança do trabalho da concessionária.
Concessionária optou por continuar os trabalhos ao redor do ninho - Foto: Reprodução/RPC
Outros animais
Por conta da constatação, a Viapar decidiu prosseguir nos trabalhos, mas ao redor do ninho. Segundo biólogos, a coruja buraqueira escolhe buracos ou ninhos de outros animais para abrigar o ovos.
A partir do momento da definição do local do ninho, a coruja vai botar de seis a 12 ovos e ficam de 30 a 45 dias para sair do ninho. A partir de 60 dias é que os filhotes saem para fazer a caça.
Xodó
Os funcionários da Viapar que trabalham na obra gostam da presença das aves. "A gente trabalha, distrai, vê ela, que não sai de perto do ninho, cuida bem dos filhos. Isso que é importante, né", afirma o motorista Antonio Casetta.
Elogio
A atitude foi elogiada por quem vive em proteção dos animais. “Parabéns à concessionária pela sensibilidade por estes seres indefesos. Muitas pessoas não têm este mesmo pensamento, infelizmente”, destacou a integrante da Organização Não Governamental (ONG), Anjo dos Animais, Isa Simões. “Se mais empresas tivessem essa atitude, com certeza teríamos um mundo bem melhor”.
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