Executivos brasileiros envolvidos em escândalos de corrupção investigados na Operação lava Jato estariam comprando imóveis em Portugal para obter vistos permanentes de moradia no país, conforme reportagem publicada segunda-feira (19) pelo The Guardian.
Entre os executivos citados pelo jornal britânico estão Otávio Azevedo e Sérgio Andrade, da Andrade Gutierrez, Pedro Novis, ex-presidente da Odebrecht, e Carlos Pires Oliveira Dias, vice-presidente do conselho da Camargo Correa. Segundo o The Guardian, eles teriam comprado imóveis em Portugal em 2014, após o início da Operação Lava Jato.
A reportagem detalha que o programa de vistos permanentes de Portugal permite a troca do visto de residência pela compra imóveis em Portugal avaliados em pelo menos € 500 mil. Após cinco anos, o visto pode ser convertido em cidadania portuguesa, que dá o direito de moradia e trabalho em qualquer país da União Europeia.
O jornal britânico acrescenta que Sérgio Andrade teria feito a aquisição um imóvelem Portugal por € 665 mil, em 2014. Já Pedro Novis teria comprado um imóvel em Lisboa avaliado em €1,7 milhão, enquanto Carlos Oliveira teria investido €1,5 milhão em Portugal, através do programa de residência no país.
Versões dos citados
Um porta-voz de Otávio Azevedo disse que o executivo ainda não foi informado sobre o resultado de seu pedido de visto de residência e que o imóvel foi adquirido conforme com a legislação portuguesa. Por sua vez, a assessoria de Sérgio Andrade alegou que ele não vive no país e nem tem planos para tal. A assessoria de Pedro Novis argumentou que suas atividades em Portugal são conhecidas pela Justiça brasileira. Já Carlos Oliveira confirmou que obteve visto de residência em Portugal.
O governo de Portugal divulgou nota ressaltando que o programa segue todos os procedimentos legais e de segurança e que todos os pedidos passam por um processo que inclui consulta a registros criminais em bases de dados nacionais e internacionais.
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