A arte retrata sentimento, desejo e imaginação. As telas da artista Amanda Carolina Cândido, 22 anos, traduzem a força e o talento da jovem apucaranense, que convive desde que nasceu com sequelas da mielomeningocele, defeito congênito que afeta a espinha dorsal, que causou em Amanda a paralisação da cintura para baixo, deficiência auditiva e problemas renais.
Inspirada nas obras do pintor brasileiro Romero Britto, conhecido pelo estilo colorido e alegre, com cores fortes e impactantes, Amanda sonha em ver seu trabalho reconhecido pelas pessoas. Ela, que é filha da vendedora Aparecida Alves Cândido, 61, e do pedreiro aposentado José Roberto Candido, 66, descobriu as telas do pintor através de pesquisas na internet.
Recentemente, Amanda recebeu encomenda de um poeta de Foz do Iguaçu, o que a motivou ainda mais a seguir a carreira de pintora. “Eu amo pintar. Quero muito vender os quadros e ajudar minha mãe com as despesas de casa”. Antes de pintar os quadros com cores alegres, Amanda criou telas com paisagens e traços mais delicados. No entanto, ela conta que gosta mais de desenhos maiores e tons vibrantes.
A apucaranense aprendeu a pintar na época que ainda estudava. Porém, teve que deixar os estudos por conta de sua condição de saúde.
Amanda faz hemodiálise três vezes por semana, mas apesar das dificuldades, ela é vaidosa e participa de desfiles de moda. “Eu adoro me arrumar, fazer as unhas, usar maquiagem e navegar pela internet. Gosto de ficar bonita”. Amanda conta com o apoio da mãe e da irmã, a costureira Adriana Cândido, 35, e de outros familiares.
A irmã, por exemplo, incentiva Amanda a criar um canal no YouTube, para divulgar seus trabalhos e contar sobre o dia a dia da jovem. “Ela se encontrou na pintura, por isso, acho legal criar alguns vídeos e alcançar pessoas de diversos lugares. Essa exposição na internet pode gerar as vendas das telas e ajudar cada vez mais na superação de problemas”, explica.
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