A captação de múltiplos órgãos, no Instituto de Saúde Bom Jesus (ISBJ), em Ivaiporã, possibilitou seis transplantes. A doação partiu de um paciente de 39 anos, internado no ISBJ, que teve morte encefálica e a família autorizou a doação. Com isso, foram retiradas as duas córneas, os dois rins, coração e fígado, que foram transferidos para pacientes no estado e país.
O ISBJ é filiado à Organizações de Procura de Órgãos (OPO), de Londrina, grupo de coordenação regional que serve de ponte entre as comissões internas dos hospitais e a Central de Transplantes do Paraná, ajudando na identificação de possíveis doadores, na abordagem das famílias e na manutenção desses doadores até o transplante. Em dois anos o ISBJ já realizou três captações de múltiplos órgãos e 33 de globo ocular, só neste primeiro, semestre já foram 14.
O enfermeiro Marcelo Ricardo Kuplens, coordenador da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIH-DOTT) relata as etapas do procedimento de captação de múltiplos órgãos. Segundo ele, começa com o diagnóstico de morte encefálica de um potencial doador e termina na recuperação do paciente que recebeu um novo órgão.
“É preciso correr contra o tempo, a partir do momento que a família autoriza é feito os exames e testes de compatibilidade que é transferido para o site nacional de transplantes. A etapa mais delicada, é contar com a solidariedade de uma família que passa por um momento de dor”, relata Kuplens.
Neste último procedimento de captação de múltiplos órgãos em Ivaiporã, a autorização da família ocorreu na manhã de sexta-feira (11) e os procedimentos de retiradas de órgãos na madrugada deste sábado (12), cerca de 30 profissionais foram envolvidos. “Só neste protocolo ficamos empenhados mais de 48 horas. Toda a equipe da UTI, médicos, enfermeiros, o pessoal da recepção, todos envolvidos pois envolve o acolhimento familiar, que é o principal”, descreve Kuplens.
Celso Silva, diretor administrativo do ISBJ afirma que é importante propagar esse tipo de atitude para que ela se repita e salve outras vidas. “É uma ação que deve ser exaltada e servir de exemplo para a sociedade. Necessitamos evidenciar a atitude dessa família, que mesmo na dor, autorizou o transplante de múltiplos órgãos, salvando a vida de seis pessoas de uma única vez”, estimula Silva.
Silva esclarece ainda, que o transplante só pode ser feito quando a família autoriza. Mesmo que alguém informe que deseja ser doador de órgãos, ele deve comunicar a família. “Por isso, é importante a pessoa conversar com os familiares para dizer da intenção de doar os órgão. Porque só os familiares podem autorizar o transplante”, comenta Silva.
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