O dia 1 de agosto de 2004 entrou para história dos paraguaios como a pior tragédia ocorrida com civis no país. Há exatos 13 anos, quase 400 pessoas, em sua maioria crianças, morreram em um incêndio no supermercado Ycuá Bolaños em Assunção, Paraguai.
Próximo ao meio-dia, horário local, duas explosões aconteceram, uma no estacionamento e outra na cozinha. O fogo rapidamente tomou conta de toda a estrutura, que além do supermercado contava com escritórios comerciais e um restaurante.
Os donos do estabelecimento determinaram aos seguranças que fechassem todas as saídas, afim de evitar que as pessoas levassem as mercadorias sem pagar. Essa decisão ocasionou a morte de 396 pessoas, além de mais de 500 feridos, muitos com queimaduras de terceiro grau.
"Eu acordo todos os dias para lutar pela vida. Sou feliz porque minha família, meus amigos e colegas estão comigo”, disse Rossana Cristaldo ao site Crônica. Ela teve 40% de seu corpo queimado e precisou passar por mais de 121 cirurgias desde o dia do incêndio.
Juan Brizuela, pai de sete crianças, morreu ajudando a salvar diversas pessoas do incêndio. "Primeiro ele saiu (...) mas no caminho voltou para o supermercado para ajudar as pessoas e ficou preso", contou Lourdes Brizuela, sua filha, em entrevista ao Última Hora. "O tempo passa, mas a dor é sentida com a mesma intensidade. Às vezes é impossível acreditar que já passaram 13 anos."
IMPUNIDADE
Juan Pío Paiva, proprietário do local, seu filho Víctor Daniel Paiva e o segurança Daniel Areco foram condenados em julgamento que durou mais de quatro meses, em 2006. O julgamento foi suspenso no momento da leitura da decisão por parte dos juízes devido a revolta das vítimas.
Em agosto de 2007 se iniciou um novo julgamento, anulando o anterior. Em fevereiro de 2008, os três acusados foram considerados culpado por homicídio doloso simples. Todos os acusados estão soltos atualmente.
MEMORIAL
Para relembrar a maior tragédia cível de sua história, o Governo Paraguaio irá construir no local o Memorial e Centro Cultural 1A. O espaço será um centro cultural, com aula de dança, auditório para conferencia, além de possuir um memorial em homenagem às vítimas da tragédia.
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