Dois veículos aéreos não tripulados (vants) da Polícia Federal (PF) estão sem utilização desde agosto de 2016 nos hangares da base aérea localizada na área rural de São Miguel do Iguaçu, na região oeste do Paraná.
Os equipamentos foram adquiridos pelo governo brasileiro de uma empresa israelense em 2011. Na ocasião, os veículos custaram US$ 27,8 milhões (o equivalente a quase R$ 92 milhões, em valores atualizados).
Denúncia do Sindicato dos Policiais Federais do Distrito Federal (DF) encaminhada à Procuradoria-Geral da República (PGR) e ao Tribunal de Contas da União (TCU) aponta que o governo já gastou mais de R$ 150 milhões no projeto.
A entidade que representa os policiais relata que entre 2011 e 2016 a PF fez apenas mil horas de voo, enquanto o projeto inicial indica que deveria ter voado mais de 40 mil horas.
As aeronaves podem voar 37 horas ininterruptas, possuem um alcance operacional de dois mil quilômetros e atendem todos os requisitos técnicos para voar em todo o espaço aéreo brasileiro.
Entretanto, em 2016 foram feitas apenas 35 horas de voo. O último contrato de manutenção das aeronaves custou R$ 35 milhões aos cofres públicos, o que indica que cada hora de voo custou R$ 1 milhão. Os dois Vants estão montados em cima de cavaletes. Todos os equipamentos eletrônicos foram retirados e encaixotados.
O projeto inicial previa um investimento de R$ 855 milhões que resultaria na compra de 14 aeronaves não tripuladas, na construção de quatro bases de operação, das quais uma seria construída em Vilhena (RO ), outra em Tefé (AM) e uma no Distrito Federal.
Além disso, duas bases móveis deveriam ser adquiridas para operações em ocasiões especiais e grandes eventos. Era previsto que 45 pilotos fossem capacitados ao longo dos anos.
Os vants eram destinados monitoramento de rotas de narcotraficantes e contrabandistas na região de Foz do Iguaçu, na região da Tríplice Fronteira (Brasil, Paraguai e Argentina). O acompanhamento era feito por câmeras com capacidade para fotografar e filmar a longas distâncias.
TCU investiga
O TCU informou que está investigando desde fevereiro a situação dos vants e que o processo corre em segredo de justiça. Já a assessoria de comunicação da PF, em Brasília, não se manifestou sobre o assunto.
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