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Pesquisa aponta que ateus são supostamente mais inteligentes do que religiosos

Pesquisadores do Reino Unido e da Holanda realizaram uma meta-análise de 63 estudos e perceberam uma correlação: os ateus tendem a ser mais inteligentes do que as pessoas religiosas. A associação parece mais evidente entre estudantes universitários e o pú

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Crédito da foto:  patrice6000 / Shutterstock/imagem ilustrativa
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Escrito por Da Redação
Publicado em 13.06.2017, 07:31:00 Editado em 13.06.2017, 13:47:43
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Pesquisadores do Reino Unido e da Holanda realizaram uma meta-análise de 63 estudos e perceberam uma correlação: os ateus tendem a ser mais inteligentes do que as pessoas religiosas. A associação parece mais evidente entre estudantes universitários e o público em geral do que entre os que são mais jovens que a idade da faculdade. A associação também foi mais forte para crenças religiosas, e não o comportamento religioso.

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Ainda não foi bem definida qual a origem dessa tendência, mas Edward Dutton, pesquisador do Ulster Institute for Social Research, no Reino Unido, e Dimitri Van der Linden, professor de psicologia na Erasmus University Rotterdam, em Holanda, têm uma ideia: a religião é um instinto, e as pessoas que podem superar os instintos são mais inteligentes do que as que dependem delas. O estudo foi publicado na revista Evolutionary Psychological Science.

Edward Dutton e Dimitri Van der Linden iniciaram o estudo se perguntando se talvez as pessoas não religiosas eram mais racionais do que seus colegas religiosos e, portanto, mais capazes de argumentar que não há um Deus. Após algum tempo, os cientistas encontraram evidências de que a inteligência está positivamente associada a certos tipos de viés. Por exemplo, um estudo de 2012 publicado no Journal of Personality and Social Psychology mostrou que os estudantes universitários geralmente respondem questões de lógica de forma errada, mas não percebem.

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Ponto cego parcial
O chamado “ponto cego parcial” ocorre quando as pessoas não conseguem detectar certos vieses, ou falhas, dentro de seus próprios pensamentos. Por exemplo, responda essa pergunta: “Um taco e uma bola custam US$ 1,10 no total. O taco custa US$ 1,00 a mais do que a bola. Quanto custa a bola?”. A questão não é intuitiva (a resposta não é 10 centavos), mas exige que você reavalie a primeira solução que surge em sua mente. Se fizer isso, você vai chegar a resposta certa: a bola custa 5 centavos e o taco custa US$ 1,05.

Religião é mesmo um instinto?
Se as pessoas inteligentes têm menos probabilidades de perceber seu próprio viés, isso significa que são menos racionais em alguns aspectos, conforme os pesquisadores. Então, por que a inteligência é associada ao ateísmo? A resposta pode ser que a religião é um instinto, e é preciso inteligência para superar esse instinto.

Instinto x inteligência
A teoria de que a religião é um instinto é uma versão modificada de uma ideia desenvolvida por Satoshi Kanazawa, um psicólogo evolucionista da London School of Economics, que não esteve envolvido no novo estudo.

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Chamada de Hipótese de Interação na Savana – QI, a teoria de Kanazawa tenta explicar as diferenças no comportamento e atitudes entre pessoas inteligentes e menos inteligentes.

Somos adaptados psicologicamente para resolver problemas recorrentesenfrentados por nossos antepassados caçadores-coletores na savana africana (hipótese da savana). A inteligência geral (que é medida pelos testes de QI) evoluiu para nos ajudar a lidar com problemas não recorrentes para os quais não tínhamos adaptações psicológicas evoluídas (hipótese do QI). 

Os pressupostos implicam que pessoas inteligentes devem ser melhores do que pessoas não inteligentes em lidar com “novidades evolutivas”- situações que não existiam no ambiente ancestral.

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Modificação e ressalvas
Dutton e Van der Linden modificaram esta teoria, sugerindo que a novidade evolutiva é algo que se opõe aos instintos evoluídos. "A abordagem é interessante, mas poderia ser melhor se os pesquisadores explicassem exatamente o que entendem por “instinto religioso”, observa com ressalva Nathan Cofnas, doutorando em filosofia na Universidade de Oxford, no Reino Unido.

“Sem conhecer a natureza precisa desse ‘instinto religioso’, não podemos descartar a possibilidade de que o ateísmo, ou pelo menos algumas formas de ateísmo, se aproveitem do mesmo instinto”, argumenta o doutorando em filosofia.

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O autor Christopher Hitchens, por exemplo, pensava no comunismo como uma religião; da mesma forma, movimentos seculares, como o veganismo, atraem muitos dos mesmos impulsos e possivelmente “instintos” que as religiões tradicionais. “Eu acho enganador usar o termo ‘religião’ como um insulto para o que você não gosta”, acrescenta Cofnas.

Vínculo entre estresse e instinto
Os pesquisadores também examinaram o vínculo entre instinto e estresse, destacando que as pessoas tendem a operar instintivamente durante momentos estressantes, por exemplo, voltando-se para a religião durante uma experiência de quase-morte. Os pesquisadores argumentam que a inteligência ajuda as pessoas a se elevarem acima desses instintos em tempos de estresse.

“Se a religião é, de fato, um instinto, então, aumentará em momentos de estresse, quando as pessoas tendem a agir de forma instintiva, e há provas claras disso”, pontua o pesquisador britânico Edward Dutton.

Além de terem mais inteligência, pessoas que são capazes de superar seus instintos provavelmente são melhores solucionadoras de problemas – por exemplo, evitando partir para um ataque físico durante uma discussão. 

As informações são do portal Live Science

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