Marcus Hutchins, de 22 anos, foi classificado pelos jornais britânicos como o "herói acidental" que barrou um ciberataque em escala global, na sexta-feira, que afetou empresas em mais de 150 países.Especialista em Tecnologias de Informação, Marcus acordou, domingo, com o rosto estampado na primeira página de um jornal inglês, após trabalhar em segredo e revelar no Twitter e em blog como tinha parado o vírus "Wannacry", que encripta e mantém sob sequestro dados dos utilizadores, até que estes paguem um resgate.
Depois de conhecido publicamente, Marcus, que diz ter pulado a cerca para entrar em casa pelo fundo e evitar os jornalistas, aceitou falar com a imprensa. "No futuro, podem querer retaliar - e podem descobrir a minha identidade em segundos", disse, numa entrevista ao tabloide britânico MailOnline.
"Se souberem onde vivo, podem fazer alguma coisa comigo", disse, recordando a história de um titular de blog de segurança que foi ameaçado de morte e a quem enviaram droga para a caixa do correio "Vi textos de coisas terríveis que fizeram a ele. A mim, no futuro, pode acontecer-me o mesmo", afirmou Marcus, que vive na casa casa dos pais, com um irmão mais novo.
Atualmente ele colabora com o Centro Nacional de Cibersegurança britânico.Por supor que nesta segunda-feira pudesse ocorrer um novo ataque cibernético mundial, Marcus diz que não pretende deixar a empresa norte-americana para a qual trabalha, a Kryptos Logic.
No Twitter, Marcus é conhecido por MalwareTech. Em poucas palavras, ele revelou a forma como travou o vírus, remetendo para o blogue MalwarTech.com, que detém desde 2013, onde há uma explicação mais detalhada. Marcus interessou-se pelo vírus quando soube que vários hospitais do sistema de saúde britânico tinham sido afetados.
Ao analisar o código do vírus, descobriu um domínio web, um nome que serve para localizar e identificar computadores na Internet, e que não tinha dono. Registou o endereço eletrónico e percebeu, quase por acidente, que isso parava a disseminação do vírus, conhecido como "WannaCry".
Segundo contou ao "MailOnline", trabalhou a partir do quarto, na casa dos pais, alimentando-se de piza e praticamente sem dormir. Com a colaboração de amigos e entidades governamentais, como o Centro Nacional de Cibersegurança britânico e o FBI, dos EUA, conseguiu depois ajudar algumas das vítimas e lidar com o vírus, que paralisou computadores em fábricas, bancos, agências governamentais e sistemas de transportes em mais de 150 países, no fim da semana passada, e que agora está a estender-se à Ásia.
Foto - Marcus Hutchins trabalhou a partir do quarto de sua casa - Foto -Marcus Hutchins
Entre as instituições atacadas, pontuaram o Ministério do Interior russo e empresas como a espanhola Telefónica ou a norte-americana FedEx Corp. Apesar da contaminação informática ter abrandado esta segunda-feira, muitas empresas e agências governamentais ainda estão a recuperar do primeiro ataque
A construtora de automóveis francesa Renault não abriu hoje as portas de uma das suas fábricas em França, que emprega 3500 pessoas, como "medida preventiva".
As informações são do portal do Jornal de Notícias, de Portugal
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