Artigo divulgado pelo Astrophysical Journal detalha que análises das "depressões" no tecido do espaço-tempo auxiliaram cientistas a descobrir que, na nossa galáxia, a Via Láctea, há mais planetas parecidos em massa e caraterísticas com Netuno do que com a Terra. "Nós encontramos o meio-termo ideal nos tamanhos de planetas frios. Apesar das teorias anteriores, apuramos que, na maioria das vezes, os planetas possuem tamanho aproximado ao de Netuno, já o número de planetas pequenos, que antes considerávamos maioria, na verdade, é menor", relatou Daisuke Suzuki, pesquisador do Centro espacial de Goddard da NASA (EUA).
Suzuki e seus colegas chegaram a tal conclusão durante as observações de grande escala de corpos celestes longíquos, com a ajuda do telescópio MOA-II, localizado na Nova Zelândia. A ferramenta, de acordo com os pesquisadores, é destinada a observações especiais: buscar traços de microlentes gravitacionais em estrelas longínquas.
Conforme o artigo do Astrophysical Journal, as microlentes gravitacionais surgem quando uma estrela encobre a emissão de luz de outro astro que está sendo observado a partir do planeta Terra. A atração gravitacional da estrela mais próxima a nós distorce e intensifica a luz do segundo corpo celeste, deixando-o mais brilhante para nós.
Se, em volta do astro mais próximo, estiver rodeando um planeta, o brilho emanado por ele varia periodicamente quando ele passa pelo disco da estrela. Um método semelhante vem sendo usado com frequência pelos astrônomos na busca por planetas extrassolares, ou seja, muito distantes do nosso. Mas, ele possui uma falha: encontra-se o planeta, mas não é possível entender onde ele está localizado devido aos cálculos errôneos da distância até o astro.
Censo de planetas
Por outro lado, o uso da microlente permite encontrar planetas até mesmo muito pequenos, que ficam a uma grande distância do astro, enquanto outros meios, como o método de trânsito ou a técnica de velocidades radiais, simplesmente não demonstram resultado algum.
Censo de planetas
Os cientistas aplicaram o método na realização do maior "censo" de planetas, que fazem parte da nossa galáxia.
No total, foram observados 3,3 mil microlentes com a ajuda do telescópio MOA-II. Algumas dezenas foram criadas por planetas "invisíveis", entre eles, quatro planetas eram desconhecidos pelos cientistas. Constatou-se que a maioria deles é proveniente de exoplanetas significativamente maiores em tamanho do que a Terra, mas menores do que Júpiter ou Saturno.
Padrão
O padrão é de uma estrela típica da Via Láctea, com massa relativa de 40% se comparada a do Sol; um planeta "mediano", cuja massa é 10 a 40 vezes maior do que a da Terra. Tais corpos celestes, chamados de "frios" netunos, são, segundo pesquisadores da NASA, os mais comuns na nossa galáxia.
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