O mundo olha com atenção para os Estados Unidos, onde hoje cerca de 120 milhões de norte-americanos vão às urnas para escolher o novo presidente, o 45º da história do país. De um lado, o polêmico Donald Trump, do Partido Republicano; de outro, Hillary Clinton, do Partido Democrata.
Esta eleição presidencial é uma das mais acirradas da história recente dos Estados Unidos. Os dois principais candidatos estão se revezando no primeiro lugar nas últimas pesquisas de intenção de votos. O clima quente da disputa tem muito a ver com a postura de Trump. O magnata adotou como estratégia a apresentação de propostas polêmicas. A principal trata da questão dos imigrantes. O bilionário promete construir um muro na fronteira com o México e ainda expulsar todos os imigrantes ilegais que já estão nos EUA- são cerca de 11 milhões de pessoas. Além disso, a campanha de Trump foi marcada por denúncias de escândalos sexuais, após depoimentos de mulheres que acusaram o candidato de diversos abusos praticados nos últimos anos.
Mulher do ex-presidente Bill Clinton, Hillary também sofreu duros ataques durante a campanha. O calcanhar de Aquiles da democrata foi o uso, quando secretária de Estado, de um servidor privado para enviar milhares de e-mails com informações públicas, que colocariam em risco a segurança do país.
A disputa nos Estados Unidos mexe diretamente com a vida de muitos paranaenses que tentam a sorte na América do Norte. É o caso da apucaranense Taila Carolina, 30, que está há oito anos e cinco meses nos EUA. Cabeleireira em Hampton Bays, que fica no estado de Nova Iorque, ela é cidadã norte-americana e vai votar pela primeira vez - nos Estados Unidos o voto não é obrigatório. Taila escolheu Hillary e justifica: “O Trump me assusta com sua forma agressiva de falar e de se expressar. Muitas vezes, é racista e sarcástico. Como imigrante, decidi votar na Hillary, pois ela parece ter uma melhor proposta para a gente”, afirma. A apucaranense espera que a democrata apresente no Congresso uma nova lei de imigração.
O arquiteto apucaranense Rodolfo Pomini, 30, compara esta eleição nos EUA com a disputa presidencial recente no Brasil, quando os ânimos ficaram acirrados e houve grande rivalidade entre eleitores. “Eu vi muitas pessoas aqui perdendo amizades nas redes sociais ou até discutindo na rua por causa das eleições”, assinala. Embora o sistema político norte-americano contemple apenas dois partidos e, com isso, a rivalidade seja natural, o apucaranense afirma que os ânimos estão mais exaltados do que normalmente ocorre.
Morando em Nova Iorque há quatro anos, o arquiteto trabalha em um escritório de brasileiros. Mesmo vivendo legalmente no país, ele não esconde o medo de todos de uma eventual vitória de Trump. “Eu acho que ele (Trump) complicaria o sistema (para os imigrantes)”, opina Pomini.
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