O Ministério Público (MP) confirmou nesta terça-feira (1) que o empresário de Ribeirão Preto (SP) Michel Pierre Cintra planejava fugir do país e morar em Santiago, no Chile, após ser denunciado à Justiça por aplicar golpes pela internet que totalizam R$ 250 milhões.
Em investigação conjunta do MP com a Polícia Federal (PF) foi apurado que o empresário, foragido há um ano e meio, estava escondido em uma casa no bairro do Morumbi, na capital paulista, há seis meses. Cintra foi preso na madrugada de segunda-feira (31) na BR-369, quando ia para Foz do Iguaçu (PR), na Tríplice Fronteira. O ônibus em que ele estava foi parado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), que comunicado à PF sobre a presença do foragido no ônibus.Ao ser abordado, o empresário apresentou um documento falso.
O advogado Antônio Roberto Sanches, que defende o empresário, afirmou que ainda não vai se manifestar sobre as acusações porque não teve acesso às informações sobre a prisão do cliente. "As informações que recebemos é de que ele já teria alugado uma casa no Chile. Primeiro, ele iria para o Paraguai, depois para a Argentina e, posteriormente, seguiria para Santiago, no Chile", detalhou o promotor Aroldo Costa Filho.
Acusações
Cintra e a mulher, Viviane Boffi Emílio, são acusados de fraudes por meio do site de vendas Pank. De acordo com o MP, eles não entregavam os produtos vendidos, ou entregavam itens similares aos originais, comprados no Paraguai. Na ação constam 198 vítimas do esquema. Viviane está presa desde setembro do ano passado.
Outras quatro pessoas se tornaram réus no processo por participação na fraude que, conforme Costa Filho, pode ter feito cerca de 80 mil vítimas em todo o país, entre 2011 e 2013. Maria Cláudia Seixas, advogada de Viviane, disse que o processo não foi concluído e que vai aguardar a decisão da Justiça para se manifestar.
O MP dá sequência às investigações relativas à suspeita de que Cintra continuaria a aplicar o mesmo golpe, por meio de sites de venda, no exterior. Para Costa Filho, a tentativa de fuga também reforça a tese de que o empresário é responsável pela fraude no Brasil.
Crimes
O promotor acrescentou que, além dos crimes de falsidade ideológica, formação de quadrilha, organização criminosa, crime contra a relação de consumo e lavagem de dinheiro, Cintra responderá agora, na Justiça do Paraná, por uso de documento falso. Segundo Costa Filho, ao ser abordado pelos agentes da PRF em Ubiratã (PR), o empresário apresentou documentos de um ex-funcionários, mas como era investigado e seguido, foi preso em flagrante.
Com informações do G1/PR
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