Policiais civis e integrantes do Exército se uniram nesta segunda-feira (10) para retirar 60 toneladas de explosivos armazenados na fábrica de dinamites Explopar, em Bocaiúva do Sul, na região metropolitana de Curitiba. De acordo com a Polícia Civil, o trabalho é realizado com muito cuidado já que ainda há riscos de explosão no local, situado no quilômetro 90 da BR-476. Não previsão de término do serviço.
Na tarde do último sábado (8), um caminhão pegou fogo e explodiu dentro do barracão, ferindo cerca de 80 pessoas e atingindo mais de 160 casas na região. No total, 235 habitantes foram afetados, entre desabrigados e desalojados, segundo a Defesa Civil. O dono da fábrica, Milton Lino da Silva, de 61 anos, foi preso e permanece detido.
“Nós precisamos destruir as espoletas guardadas para depois tirar os cartucheiros. Mas tudo deve ser bem controlado, para evitar mais danos. Hoje, o proprietário passa por uma audiência para que a Justiça decida se ele deve permanecer detido. Nós já pedimos o bloqueio dos bens dele, para garantir a indenização por danos ambientais e também das famílias afetadas”, explicou o delegado Mário Sérgio Bradock em entrevista ao portal Banda B.
Danos ambientais Além dos danos materiais, o local sofre ainda com danos ambientais. Pouca coisa sobrou do terreno de mata nativa onde funcionavam sete paióis. “Hoje não tem mais nada, nem os paióis”, relatou o delegado Bradock. Sete caminhões estavam no local - pelo menos dois completamente carregados - e explodiram. Partes dos veículos e da estrutura construída do espaço estão espalhadas pela região.
200 desabrigados e 80 feridos
Já foram contabilizadas 150 casas afetadas, 235 pessoas desabrigadas e 80 feridos. Nenhuma morte foi registrada. Bradock lembrou que já havia alterado o proprietário da empresa sobre os riscos com a segurança no terreno. “O proprietário alega que tudo começou com um incêndio criminoso, que alguém entrou e tocou fogo no caminhão. Mas se alguém entrou é porque não tinha ninguém vigiando. O local não tinha condições nenhuma de segurança, estava sem iluminação, sem monitoramento, não tinha escolta armada”, afirmou.
Outra irregularidade que o delegado aponta é o excesso de explosivos armazenados no espaço e nos caminhões. “Não poderia ter toda aquela quantidade ali. Geralmente os veículos que transportam explosivos são pequenos e lá tinham carretas gigantes carregando tudo aquilo de explosivo”, avaliou o delegado.
Nota da empresa
O proprietário da empresa está preso na delegacia de Bocaiúva do Sul. A empresa divulgou uma nota em que afirma que “sempre cumpriu rigorosamente com todas as obrigações exigidas pelas autoridades competentes” e “possui todos os alvarás e licenças necessárias para o regular funcionamento”. A empresa informou ainda que tem “absoluta convicção de que a explosão ocorrida na tarde de ontem foi provocada por ação criminosa praticada por terceiro”. Além disso, se compromete a minimizar os danos causados em decorrência da explosão.
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