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"Caçador de cascavéis" fala sobre drama familiar e obstinação por capturar cobras

O agricultor José Maurílio nda Silva, de 52 anos, conhecido na região do distrito de São Domingos, no município de Apucarana (norte dom Paraná), como "encantador de serpentes" e "Zé das Cobras" concedeu entrevista ao TNonline durante a qual falou pela pri

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O agricultor José Maurílio da Silva, de 50 anos, conhecido como  Ze das Cobras, teve a vida marcada por fato trágico na infância - Foto: TNONLINE
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O agricultor José Maurílio da Silva, de 50 anos, conhecido como Ze das Cobras, teve a vida marcada por fato trágico na infância - Foto: TNONLINE
Escrito por Da Redação
Publicado em 20.09.2016, 10:26:00 Editado em 20.03.2018, 10:58:02
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O agricultor José Maurílio nda Silva, de 52 anos, conhecido na região do distrito de São Domingos, no município de Apucarana (norte dom Paraná), como "encantador de serpentes" e "Zé das Cobras" concedeu entrevista ao TNonline durante a qual falou pela primeira vez de seus dramas familiares e pessoais e da obstinação em caçar cobras, principalmente as venenosas cascavéis.  

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Zé Maurílio, que encaminhou nos últimos meses mais de 304 cascavéis para um serpentário em propriedade rural na zona sul de Apucarana, revela que quando tinha apenas oito meses de vida, o pai dele matou sua mãe, que estava grávida, e sua avó materna a facadas ao lado dele . O pai acabou preso e Zé Maurílio foi criado por um avô, em um sítio na região de São Domingos, área acentuadamente pedregosa, onde habitam muitas cascavéis. 

Após a tragédia familiar, Zé conta que sofreu mais uma perda. Seu cão de estimação chamado "Real" morreu após ser picado por uma cascavel.  Foi então que ele então decidiu de vez "enfrentar o mau de frente" e apreendeu capturar cobras só olhando nos olhos dos animais peçonhentos, até como forma de sublimar a dor de ter perdido a mãe e avó tão cedo e de forma trágica, segundo relato do próprio Zé Maurílio. 

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"Aí percebi de vez que o medo só atrapalha e comecei a capturar cascavéis, extrair o veneno e encaminhar para o Instituto Butantã, em São Paulo, onde é feito soro antiofídico. Depois o Butantã me repassa o soro, que é doado para vizinhos e para o Hospital da Providência", conta.

Mas Zé Maurílio, que é casado e tem uma filha de 18 anos que está concluindo o segundo grau, ainda teve mais dificuldade na vida. O avô dele faleceu e o sítio da família ficava circundado por uma fazenda cujo proprietário pretendia comprar o imóvel rural, mas "Zé das Cobras" não quis vendê-lo. Começava aí uma grande rixa e o fazendeiro é apontado por "Zé Maurílio" como mandante de uma "tocaia" na entrada do sítio do "encantador de serpentes", em outubro de 2007. 

Na oportunidade, Zé das Cobras reagiu e entrou em luta corporal com os dois "contratados" por quem "encomendou" sua morte. Zé das Cobras conseguiu tomar a arma de fogo de um dos algozes e atirou contra o "pistoleiro", que ficou tetraplégico. Mas o "caçador de cascavéis" acabou ferido a tiro no abdômen pelo outro participante da tocaia e precisou ser submetido a uma delicada cirurgia. 

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Ele se recuperou bem da lesão e três acusados pelo Ministério Público (MP) de participação na tentativa de assassinato contra Zé Maurílio já foram julgados (inclusive o tetraplégico) e condenados, o último deles a revelia, em júri popular realizado nesta semana no fórum da Comarca de Apucarana.  

"SÓ QUERO LEVAR A MINHA VIDA EM PAZ"
Agora Zé das Cobras ganha a vida cuidando de lavouras e criando porcos e algumas cabeças de gado em dois sítios.  "Só quero levar a minha vida em paz, junto com minha família. Meu pai errou, mas antes de morrer, depois que ele saiu da prisão, meu deu o conselho mais importante da minha vida: "Nunca coloque bebida de álcool na boca, pois essa porcaria arruinou minha vida". Sempre lembro desse conselho e isso tem me ajudado muito a ser um homem de bem", finaliza Zé das Cobras.

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