A recente decisão dos líderes da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) no sentido de designar o encaminhamento de forças militares para os Estados Bálticos e Polônia oriental, com a finalidade de aumentar as patrulhas aéreas e marítimas para defender os membros orientais da organização contra suposta "agressão russa”, teve repercussão imediata na comunidade internacional. A decisão foi tomada na cúpula da OTAN em Varsóvia.
Logo após ser informado sobre o posicionamento das lideranças, o ex presidente soviético Mikhail Gorbachev avaliou que a decisão pode ser interpretada como preparativo para uma guerra “quente” com a Rússia.No fim de semana, Gorbachev disse em uma entrevista à emissora de rádio russa Eco Moskvy que ele reitera o que tinha afirmado anteriormente, quando classificava as decisões da OTAN como “míopes e perigosas”.
MUNDO SE DIVIDINDO - "Esses passos levam à tensão e perturbações. A Europa está se dividindo, o mundo está se dividindo. Este é um caminho errado para a comunidade global", alertou o pai da glasnost (política de democratização e liberdade nos meios de informação instituída na URSS) e da perestroika (política de reforma governamental e reorganização do sistema econômico iniciada por Mikhail Gorbatchov, em 1985, na União Soviética
À rádio russa Eco Moskvy Gorbachev disse ainda que "há demasiadas crises globais e individuais para abandonar a cooperação. Ela é essencial para relançar o diálogo".Conforme o ex-presidente soviético, instalando quatro batalhões multinacionais perto das fronteiras russas, "a uma distância de tiro", a OTAN aponta para uma outra Guerra Fria e mais uma corrida armamentista." Mas ainda há formas de evitar (…) a ação militar", ressaltou Gorbachev, acrescentando que "a ONU deveria ser chamada para essa questão."
"PROVOCAÇÕES" - O ex presidente soviético solicitou ainda que Moscou não responda ao que classificou de "provocações", mas ao invés disso a Otan sentasse à mesa de negociações."Na situação atual (…) todas as forças políticas, econômicas, diplomáticas e culturais devem ser convocadas para pacificar o mundo, pois certamente a próxima guerra será a última."
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