Uma pesquisa publicada nesta semana na revista Proceedings of the Royal Society B aponta que um simples organismo formado por um punhado de células originado antes do surgimento dos neurônios é capaz de aprender, sugerindo que o processo de aprendizado pode ser feito de maneira alternativa ao uso de sistemas nervosos.
No estudo, os pesquisadores colocaram uma pequena ponte entre protozoários membros da espécie Physarum polycephalum e uma refeição saborosa. Nos primeiros testes, os micro-organismos se moveram facilmente para o outro lado da ponte e obtiveram alimento. Após algum tempo, os cientistas passaram a cobrir a passagem com quinina,substâncias que o organismo tenta evitar, mas que é inofensiva em pequenas quantidades.
No início, os seres vivos usados para testes evitaram a ponte, mas encontraram um meio de atravessá-la movendo seus corpos rapidamente. Após alguns dias, os protozoários perceberam que as substâncias não faziam mal algum, e começaram a passar pela ponte como se não houvesse nada sobre elas.
APRENDIZADO E MUDANÇA
Para demonstrar que a mudança de comportamento foi causada por aprendizado, o mesmo foi feito com cafeína, a qual também não é prejudicial em pequenas doses. No começo, os protozoários evitaram a substância, mas logo perceberam que era inofensiva. Embora os resultados do estudo nos permitam concluir que tais protozoários sejam capazes de aprender, os cientistas salientam que a forma como ocorre o processo ainda é desconhecida.
Estudo aponta que um simples organismo formado por um punhado de células originado antes do surgimento dos neurônios é capaz de aprender - Foto: Audrey Dussutour (CNRS)
Escrito por Da Redação
Publicado em 28.04.2016, 22:40:00 Editado em 27.04.2020, 19:50:57
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