Mais de 11 mil coletes balísticos usados pelas polícias do Estado do Paraná podem apresentar irregularidades, o que pode vir a comprometer a segurança dos profissionais. O caso veio a tona após a morte de um policial rodoviário federal, mesmo fazendo o uso do colete balístico fabricado pela empresa Imbra. O caso está sendo apurado pela Delegacia de Explosivos, Armas e Munições (Deam) que está realizando um “recall” nos produtos, em um galpão de uma empresa na região metropolitana de Curitiba.
O procedimento chegou a ser feito em mais de sete mil coletes, que já foram repassados a policiais militares. Segundo a investigação, além de receber apenas uma malha de reforço, o equipamento era adulterado com etiquetas falsas, para estender a data de validade em mais de um ano. O material estava inapropriado para uso, conforme resultado dos exames balísticos realizados em lotes apreendidos.
De acordo com a polícia, o caso veio à tona no dia 31 de março, quando uma operação conjunta entre a Deam e o Exército chegou a um barracão da empresa Algemas Brasil, em Almirante Tamandaré, onde o material era recauchutado. No local, foram apreendidas 3 mil placas de aramida e cerca de 500 coletes das polícias do Paraná, 500 novos revestimentos, que continham as etiquetas falsas, com o mesmo número de série e data de fabricação do colete original, mas com a validade acrescida em um ano.
O Deam realizou perícia no material e comprovou que o mesmo está reprovado para uso. A violação da validade infringe a portaria nº 18/06 do Exército, que regulamenta os produtos de uso controlado.
Leia nota emitida pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp)
“A Secretaria da Segurança Pública do Paraná esclarece que no dia 21 de outubro de 2015, das 11h15 às 11h45, aconteceu uma reunião, na sede desta secretaria, com representantes da empresa Inbra e da Polícia Militar.
A reunião foi convocada depois que a PM realizou testes no colete balístico por conta da morte de um Policial Rodoviário Federal (PRF) vítima de um tiro, mesmo fazendo o uso do colete balístico da referida empresa. Depois dos testes da PM, a empresa foi comunicada pelos policiais militares da necessidade da troca dos produtos para garantir a segurança dos policiais.
Frente ao impasse da PM com a Inbra, o encontro foi realizado na Sesp e, segundo a ata assinada por todos os presentes, tinha como objetivo “a melhoria da qualidade dos coletes balísticos da Polícia Militar”. Importante salientar e reforçar que jamais se tratou de coletes vencidos.
Por precaução e visando proteger a vida dos policiais, até que novas compras fossem efetuadas, a Inbra e a Sesp concordaram em realizar um “recall” – para garantir a segurança dos policiais. Foi apresentada a necessidade de 11.240 coletes balísticos da Polícia Militar receberem mais placas para reforço da segurança.”
Deixe seu comentário sobre: "Polícia do Paraná faz "recall" em coletes balísticos supostamente vencidos"