A Fomento Paraná contabiliza pouco mais de dois mil contratos emitidos com micro e pequenas empresas para concessão de crédito pelo programa Paraná Recupera, lançado no final de março pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior, para preservar salários e empregos nas micro e pequenas empresas paranaenses.
A maior parte dos pedidos atendidos é da nova linha de até R$ 6 mil, para empreendedores informais, Microempreendedores Individuais (MEI) e microempresas. Os recursos são liberados em três parcelas e têm como objetivo proporcionar renda e pagamento de salários durante três meses. O período foi inicialmente projetado para atender ao distanciamento social, com fechamento temporário de empreendimentos e prestação de serviços não essenciais, para prevenção contra o avanço do coronavírus no Estado.
“Vencemos o marco legal e normativo no início de abril, com a lei do Paraná Recupera, conseguimos colocar a linha até R$ 6 mil com as novas condições, há 15 dias, e há uma semana colocamos à disposição dos parceiros e clientes as linhas até R$ 20 mil, também com novas condições de juros e prazos”, afirma o diretor-presidente da empresa, Heraldo Neves.
“O volume de contratações ainda é baixo, mas os novos contratos já representam quatro vezes mais do que a média mensal de contratos finalizados no ano passado”, explica. “No início desta semana, com a entrada em operação de uma plataforma adaptada às novas condições de crédito, devemos aumentar o número de contratos e principalmente o volume de recursos. Vamos passar a atender as linhas de R$ 20 mil a R$ 200 mil, que são muito aguardadas por nossos parceiros e clientes”, completa.
ANÁLISE CRITERIOSA — De acordo com o diretor, os prazos para liberação do crédito são pertinentes à atuação de uma instituição financeira pública, que respeita normas, leis e critérios pormenorizados de cada negócio, no processo de liberação dos recursos.
“Essa análise criteriosa, que demanda tempo, é compensada pelos prazos mais longos de carência e amortização, pelas taxas de juros muito baixas para investimentos, como compra de máquinas, equipamentos, ou construção e reformas, que sempre foram um atrativo para os empreendedores que nos procuram”, explica Everton Ribeiro, diretor de Operações do Setor Privado. “Mesmo o capital de giro, que está sendo muito procurado no momento, mas sempre foi um recurso mais caro, hoje está com taxas muito baixas.”
Ribeiro afirma, ainda, que a instituição é reconhecida por conceder crédito para pequenos negócios, que muitas vezes não são nem recebidos nos bancos comerciais. “Nossa atuação é uma política pública importante principalmente nos pequenos municípios, onde o atendimento é feito por agentes de crédito ou correspondentes, nas prefeituras, federações, associações comerciais e sindicatos que são nossos parceiros”, diz ele.
REQUISITOS - Renato Maçaneiro, diretor de Mercado, informa que a procura pelo crédito foi muito grande em todo o mês de abril, mas muitas propostas que tiveram a análise iniciada não atendem aos requisitos básicos que a instituição é obrigada a consultar.
“Verificamos o Cadastro Informativo Estadual (Cadin), as perdas contabilizadas no sistema de crédito bancário, e o faturamento fiscal, que é fundamental para determinar o limite financiável de acordo com a capacidade de pagamento do empreendimento, além da documentação cadastral de sócios e cônjuges”, afirma Maçaneiro. “É um processo que toma tempo e muitos ficam pelo caminho, mesmo com algumas facilidades que foram criadas para este momento de crise provocada pela pandemia.”
MÓVEIS — Os irmãos Osmar e Oziel Gomes Marques, moradores de São Tomé, no Noroeste do Eestado, que são microempreendedores individuais (MEI) e ambos trabalham com produção de móveis feitos a partir de madeira de demolição, são exemplos da importância do crédito liberado pela Fomento Paraná.
“Chegou em boa hora. E como vai ser liberado em três vezes, vou ter uma garantia para me manter e pagar as contas até as coisas voltarem ao normal. É como uma reserva para não abandonar o negócio”, conta Osmar. “Além disso a taxa de juros é muito boa. É uma taxa de ajuda. Não é nem de empréstimo”, avalia. Osmar não tinha restrições no CPF e estava com toda a documentação pessoal e do empreendimento em ordem quando entrou em contato com o agente de crédito Claudio Merlo Gimenez, na Agência do Trabalhador de São Tomé. O recurso foi liberado na conta dele em três dias.
RENEGOCIAÇÃO E MORATÓRIA — Desde 27 de março a Fomento Paraná também vem atuando fortemente na renegociação de contratos para suspender pagamentos de parcelas de crédito contratado por municípios e empreendedores privados. Até sexta-feira, 24 de abril, quase R$ 76 milhões em financiamentos de 1166 contratos de empreendedores estavam renegociados, com direito a postergar os pagamentos por 90 ou 180 dias.
De acordo com o diretor de Operações do Setor Público, Wellington Dalmaz, 259 municípios formalizaram solicitação para suspensão pagamento de parcelas de abril a setembro, atingindo aproximadamente 586 contratos, que somam R$ 137,7 milhões. Os recursos que deixarão de ser pagos por essas prefeituras à Fomento Paraná nos próximos 180 dias poderão ser usados em ações de prevenção e combate ao coronavírus.
“Em nome da AMP, agradecemos ao governador Ratinho Junior, ao secretário do Desenvolvimento Urbano e de Obras Públicas, João Carlos Ortega, e à equipe da Fomento, que tiveram a sensibilidade, nesse momento difícil”, afirma o presidente da Associação dos Municípios do Paraná, Darlan Scalco, prefeito de Pérola.
“Vai ajudar muito, poder usar esse dinheiro, que você se esforça para pagar a parcela em dia, por seis meses você estar aplicando na nossa comunidade, seja na saúde, ou na própria alimentação, devido a toda essa situação do coronavírus.”
TECNOLOGIA — O maior desafio da Fomento Paraná nos últimos 30 dias foi adaptar rapidamente as plataformas de recepção e análise de propostas de crédito intensificando a análise digital, para dar maior agilidade e reduzir o prazo das entregas, especialmente de capital de giro, recurso mais procurado nesse momento.
Todo o trabalho de desenvolvimento das novas plataformas digitais, envolve equipes de Tecnologia da Informação da Fomento Paraná e da Celepar, que estão trabalhando diuturnamente, de segunda a segunda, por meio de trabalho remoto (home office), ou parcialmente presencial.
“Nesse momento delicado estamos todos unidos, trabalhando em conjunto em uma sintonia que envolve todas as secretarias e órgãos do governo. E o nosso trabalho com a Fomento Paraná não tem sido diferente. Com o desenvolvimento plataformas mais intensivas em análise digital o acesso ao crédito deve ganhar velocidade. É a tecnologia sendo usada para a retomada da economia no estado”, comenta Leandro Moura, presidente da Celepar.
MAIS RECURSOS — Paralelamente ao esforço de desenvolvimento de sistemas e a mobilização de parceiros pelo interior do estado, na rede de agentes de crédito e correspondentes credenciados, para acelerar o processamento das propostas, a Fomento Paraná vem atuando junto com o Governo do Estado na busca por recursos adicionais para atender a super demanda por crédito que a instituição recebeu, com 22 mil propostas já internalizadas.
Parte das tratativas em andamento são com o BRDE – Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul, que anunciou um repasse de até R$ 50 milhões em recursos para financiamentos de microcrédito no programa Paraná Recupera.
E o BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, maior provedor de fundos para operações da Fomento Paraná com micro e pequenas empresas, informou que o limite de crédito semestral da instituição já está sendo ampliado.
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