O secretário municipal de Saúde de Arapongas Moacir Paludetto Junior afirma que a pasta tem monitorado situações de aumento das mortes por Covid-19 em Arapongas, que de acordo com ele, está acima da média em relação a outros municípios proporcionalmente. Paludetto acredita que existe uma correlação entre o aumento no número de mortes e pacientes que estariam sendo infectados no Hospital Norte do Paraná (Honpar), que é referência para Covid-19 na região.
“É difícil afirmar que a causa é esta, mas o número de mortes tem aumentado e percebemos que muitos pacientes internados para tratamentos de outras situações acabam contraindo o vírus no hospital. Também não é possível afirmar quanto o vírus colaborou para a morte deste paciente já que muitas vezes, a Covid acaba não sendo a causa primária da morte, mas quando o paciente é testado e confirmada a contaminação, acaba entrando para a estatística de mortes do município”, explicou o secretário.
Paludetto lembrou o surto que o hospital enfrentou no mês passado e disse que vê indicativos de pacientes que deram entrada sem o vírus no hospital e acabaram testando positivo em exame posterior. “Não falo em surto, pois creio que a fase do surto onde diversos profissionais precisaram ser afastados foi superada, mas essa relação entre a alta mortalidade de casos em investigação é um indicativo de pacientes que foram sem o vírus e acabaram se contaminando no leito hospitalar”, disse.
Hospital nega contaminações
O diretor administrativo do Honpar Montgomery Benites, refutou as afirmações do secretário municipal e disse que não há possibilidade de contaminação por Covid em pacientes internados no hospital.
“Não existe possibilidade de pacientes internados em outras alas do hospital que não são de tratamento da Covid-19 estarem contraindo o vírus. O que existe é um aumento do número de casos graves na UTI, o que consequentemente gera uma maior mortalidade pela doença. Nossa taxa de mortalidade nos eixos normais do hospital é baixa, principalmente porque reduzimos drasticamente o número de cirurgias, realizando apenas urgência e emergência”, afirmou o diretor.
A respeito do surto verificado no mês passado, Benites garante que todos os protocolos de desinfecção foram observados e a situação está completamente superada. “Tivemos um surto no mês passado, quando precisamos afastar cerca de 80 funcionários para não disseminar a contaminação. Fizemos a desinfecção em todos os setores do hospital e a situação está controlada, inclusive com a volta de alguns funcionários que já estão curados, sem risco de transmissão da doença”, esclareceu.
O diretor do hospital afirma que a questão do aumento das mortes está alarmante porque até duas semanas atrás, não havia superlotação da UTI Covid, como registrada nos últimos dias. “O que está aumentando muito é o número de casos graves da doença, que necessitam de respirador. Mas nosso índice de mortalidade destes pacientes não difere dos casos registrados no mundo todo, já que estatísticas afirmam que o índice de mortes de pacientes que precisam do respirador chega a 50%. Nossa taxa de mortalidade deste perfil aqui está em 47%.
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