As ferramentas digitais ganharam força no varejo durante a pandemia da Covid-19. Lojistas da região, que antes não utilizavam a internet como canal de vendas, apostam hoje em plataformas online para aumentar os lucros.
É o caso do empresário apucaranense Luan Bertoncelo, 25 anos, que conseguiu dobrar o faturamento de sua empresa após enxergar o potencial do e-commerce (comércio virtual), em setembro do ano passado.
De acordo com ele, as vendas online representam atualmente 50% do faturamento da empresa.
Bertoncelo se inspirou em um amigo que também é empresário e conseguiu aumentar os lucros com as vendas pela internet. “Ele me ajudou bastante. Uma funcionária da loja também ajudou muito neste projeto”, afirma.
O empresário adotou o modelo denominado marketplace, uma espécie de shopping virtual em que os produtos são divulgados por diversos vendedores ou prestadores de serviços em plataformas online. Bertoncelo utiliza vários sites que funcionam como vitrines virtuais para divulgar seus produtos que podem ser visualizados por pessoas de todo o Brasil. “Já vendi para quase todos os Estados. O Nordeste inteiro já comprou na loja”, revela.
A empresária Thálita Coelli, 35 anos, proprietária de uma loja de roupas em Arapongas, decidiu investir na internet e contratou uma especialista para cuidar de suas redes sociais. Ela já vendia online antes, mas durante a pandemia do coronavírus, com fechamento do comércio e as medidas de isolamento social, percebeu a necessidade de abusar dos meios digitais para concretizar suas vendas.
“Eu e minha sócia decidimos contratar uma pessoa especializada para cuidar das nossas redes e aumentar as vendas pela internet, porque não conseguimos dar conta de tudo sozinhas”, conta.
Atualmente o Instagram e o WhatsApp são os principais canais de venda da loja. Os clientes que desejam comprar entram em contato e recebem um link para pagamento. Na opinião dela, o e-commerce já era uma tendência que ganhou força durante a pandemia. “As empresas só anteciparam. O que aconteceria em três anos, por exemplo, fomos obrigadas a fazer em três meses”, compara.
INOVAÇÃO GANHOU APOIO DE ENTIDADES
As ferramentas digitais se fortaleceram muito no varejo, afirma a presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Apucarana (Sivana) Aída Assunção. Com a incerteza e as vendas em queda durante a pandemia, muitos comerciantes que não atuavam no meio virtual precisaram se reinventar.
“Quem não vendia pela internet começou a vender. Alguns de forma mais simples, outros de forma mais especializada. Mas isso ajudou a salvar muitas lojas durante a pandemia”, observa.
Embora exista empresas atuando no marketplace, Aída destaca que a boa parte das vendas são feitas pelo Whatsapp e Instagram.
“Com o comércio fechado horário reduzido, o comerciante tem que se virar para manter os custos e salários de funcionários. Mas durante o período tiveram muita ajuda, entidades trabalharam junto neste sentido, com palestras e cursos para ajudar o comerciante a vender online”, assinala.
De acordo com ela, os lojistas estão inovando cada vez mais criando conteúdo de acordo com a plataforma utilizada. “Eles postam fotos, fazem vídeos ao vivo, criam conteúdo para chamar a atenção dos clientes”, destaca.
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