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Ucranianos que vivem em Apucarana relatam preocupação

O padre José Hadada, a madre irmã Deonisia Diadio e outros descendentes ucranianos falaram sobre a tensão

Da Redação

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Ucranianos que vivem em Apucarana relatam preocupação
Icone Camera Foto por Fernanda Neme
Escrito por Da Redação
Publicado em 24.02.2022, 11:56:06 Editado em 24.02.2022, 14:07:41
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A invasão da Rússia na Ucrânia, na madrugada desta quinta-feira (24), provocou uma onda preocupação. Atualmente, cerca de 600 mil ucranianos vivem no Brasil, o que representa a quarta maior comunidade do mundo. Aproximadamente 80% desta população vive no Paraná. Em Apucarana, conforme o padre José Hadada, existem aproximadamente 300 famílias entre ucranianos e descendentes que moram no município e estão aflitos com os ataques.

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O padre ainda tem parentes que vivem na Ucrânia. "Meus avós vieram de lá e somos contra essa atitude, temos muito medo dos ataques, a guerra não afetará somente a Europa, mas sim o mundo todo. O próprio Putin já deixou isso claro falando que se alguém tentar intervir terá consequências, então essa guerra afeta toda a humanidade. Já estamos há um mês com orientações eclesiásticas, fazendo vigílias e orações pelo povo ucraniano e seguimos pedindo pela paz”, disse Hadada.

A Igreja Divino Espírito Santo, fica localizada na Rua Osório Ribas de Paula, e em 2019 foi inaugurado um Memorial Ucraniano, que fica aberto à visitação aos domingos, das 9 horas às 13 horas.

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A madre irmã Deonisia Diadio, superiora da Província de São Miguel Arcanjo no Brasil - Congregação das Irmãs Servas de Maria Imaculada- , que por muitos anos viveu em Apucarana, é descendente de ucranianos, já viajou duas vezes para o país e está muito aflita. "Meus avós eram de lá, e ainda existe a terceira e quarta geração da família por lá. Tenho contato com eles, e a região onde eles moram, está longe do local que está tendo esse conflito, porém, claro, todos estão sofrendo muito e eles temiam muito pela possibilidade da guerra acontecer. Além de familiares, tenho irmãs da nossa congregação. A nossa congregação, Irmãs Servas de Maria Imaculada, nasceu na Ucrânia, as irmãs que trabalham no Glorinha são descendentes. Hoje, em contato com a madre provincial da Ucrânia, ela me disse que está apreensiva e que as irmãs da comunidade que se encontra em Kiev já saíram e estão indo ficar com as irmãs de outra região. É muito triste e lamentamos muito por esse fato estar acontecendo", comenta.

A madre pediu para que todos se unam em prol da Ucrânia. "Muitas pessoas, nossa família, irmãos, estão traumatizados, muitas pessoas tem medo caso os russos ocupem o território, temem retaliação caso falem a verdade sobre o bombardeio, já viveram muito tempo atrás toda essa situação e nesse momento a apreensão é muito forte. É inaceitável que o país inimigo cause toda essa bagunça, esse caos. A Ucrânia e o nosso povo merecem respeito e apoio de todos os governos democráticos. Pedimos muito a Deus que salve a Ucrânia e as pessoas. Nós que vivemos aqui no Brasil estamos com o coração partido, um desespero. Que Deus livre da guerra, que proteja as pessoas. A Ucrânia jamais ficará de joelho diante do inimigo e jamais aceitará que sua liberdade e soberania seja negociada. Estamos apreensivos, tentando entender o porquê disso na atualidade que estamos hoje. É uma perseguição de longa data, quer tomar a Ucrânia. O povo é forte, não vai deixar se abalar e se entregar facilmente. Que todos se unam em prol da Ucrânia, para que o mal não aconteça e que se livre dessa maldição que nos aterroriza tanto", ressalta a religiosa.

A invasão também preocupa os ucranianos, padre Eduard Tararuk, que há 10 anos atua como sacerdote da Paróquia Ortodoxa Ucraniana Proteção da Santíssima Mãe de Deus, e sua esposa Olga. "Nossos familiares estão lá e estamos muito tristes. Conseguimos contato com meus irmãos na manhã desta quinta-feira e estão todos bem, apesar do susto que levaram na madrugada", lamentou a ucraniana.

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O irmão de Olga e sua família, que vivem em Lutsk, cidade próxima ao rio Styr situado no noroeste da Ucrânia, precisaram deixar o local após ouvir barulhos de explosões durante a madrugada. "Eles foram para a casa de minha mãe, que fica em outra cidade e ainda está segura. Eles ainda têm acesso à internet, energia e água. Porém, muitas pessoas já estão sem esses serviços. Estamos muito tristes e preocupados", complementou.

Neste domingo (27), padre Eduard irá se unir à comunidade em oração a partir das 9 horas, Paróquia Ortodoxa Ucraniana Proteção da Santíssima Mãe de Deus, em Apucarana. "Será um momento para todos os descendentes e amigos que queiram mandar orações para o povo da Ucrânia. No entanto, estamos a todo momento rezando para que tudo fique bem. Guerra sempre traz medo", explicou Olga.

A descendente de ucranianos Slauka Maistrovicz, de Apucarana, também ficou abalada com a notícia na manhã desta quinta. "Meus avós vieram da Ucrânia e temos um carinho muito grande pelo povo e pela cultura de lá. Muito triste ver o que está acontecendo com nosso país. Os ucranianos são pessoas ricas de cultura e têm terras muito produtivas. Estamos com o coração na mão", contou.

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