A festa junina é um dos eventos comemorativos mais esperados do ano pelos brasileiros. Mas principalmente pela família Prates, de Apucarana (PR), que celebra a natividade de São João Batista há pelo menos 77 anos. A festividade virou tradição de gerações nas linhagens da família e acontece sempre em 23 de junho, um dia antes da data do nascimento do santo.
Idalino Prates, 65 anos, lembra que sua avó Selestina Cardosina de Jesus, antes de se mudar para Apucarana em 1947, já comemorava a data especial quando ainda morava em Montes Claros (MG). Ela faleceu em 1983 aos 103 anos, contudo, deixou o legado da festa junina, que foi tocado em diante pelas filhas Maria Cardosina de Jesus Prates, a Maria do Café, e Divina Gonçalves de Macedo, e desde 1999, quando a última faleceu, pelos oito netos que moram em Apucarana.
"A vó fazia a festa e rezava um terço cantado, com todo o ritual que pede. E depois então que começava a festa, que era realizada igual nos dias de hoje. Ela convidava todo mundo para a festa, outros familiares, amigos e vizinhos e tudo era de graça. Sempre com comidas típicas e sempre com bastante gente marcando presença", recordou Idalino.
O aposentado ressalta que ele e os irmãos tentam manter as tradições que antes eram feitas pela avó Selestina. "Hoje a gente fornece todo o espaço (no Núcleo Habitacional Afonso Camargo) e as pessoas levam coisas para colaborar. Minha irmã Mara Prates manteve também o terço, ela convida o pessoal da igreja para participar, mas não é cantado como minha avó fazia", explicou.
Segundo ele, o ato conta com tudo o que típico de festa junina, incluindo um violeiro e sanfoneiro para alegrar o evento. "Tem muita coisa. Os pratos típicos, vinhão, quentão, doces, canjica, canjiquinha com costelinha e calabresa, cachorro quente, tem muita coisa pra comer e beber. Além, é claro, de um violeiro e um sanfoneiro que tocam nas festas", disse.
Casado com Daisy Navas Prates e pai de três, Idalino espera que os filhos e sobrinhos sigam mantendo a tradição familiar. "Não sei se essa próxima geração vai manter, mas quero que continuem. São vários anos fazendo isso e graças a Deus sempre ocorrendo em paz e todo o pessoal participando", comentou.
Ele destaca que, acima de tudo, a união familiar motiva eles a manter a tradição junina. "Quando fazemos, é como se tivesse a presença dos meus pais e minha avó. Esse é o significado. A gente acha que eles ficam contentes no ato da celebração, parece que estão conosco participando. É gostoso a união da família e manter a imagem dos antepassados. Assim, passamos as nossas origens aos nossos filhos", frisou Idalino.
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