O conhecimento empírico, aquele baseado na experiência, ainda é importante na agricultura. No entanto, a tecnologia é uma realidade presente na maioria das propriedades rurais. Este avanço tecnológico empregado na lavoura ajuda a explicar o aumento anual da produtividade e, principalmente, da rentabilidade no campo.
Em Apucarana, por exemplo, o Valor Bruto de Produção (VBP) de 2021 aumentou no ano passado em 67,6% na comparação com o ano anterior. O faturamento agrícola do município alcançou R$ 813,4 milhões contra R$ 485,1 milhões.
O VBP é o principal indicador utilizado pela Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab) para medir a riqueza gerada pela agricultura e agropecuária. A produção de frango de corte (R$ 385,5 milhões) lidera o segmento em movimentação financeira, mas as culturas tradicionais mantêm uma fatia importante em Apucarana. A soja rendeu R$ 208,9 milhões em 2021, o café R$ 50,7 milhões e o milho R$ 41,8 milhões.
É claro que a agricultura depende do clima e da qualidade do solo, enquanto o rendimento é influenciado pelos preços das commodities. Por outro lado, a tecnologia tem uma parcela importante nos resultados no campo, que está cada vez mais atento à inovação.
O agricultor Pedro Henrique Bovo Cortinove, que também é consultor na área agrícola em Apucarana, é um exemplo de produtor rural que leva a tecnologia para o meio da lavoura. Agricultura de precisão, utilização de drones, aplicativos para checar condições climáticas, GPS e uso de informações de satélites fazem parte da rotina dele no campo.
“A tecnologia ajuda a melhorar a produtividade e também a rentabilidade, que é o objetivo final. Quanto mais informações o agricultor tem, mais assertivo ele pode ser na tomada de decisões, sabendo quando é a hora de plantar analisando a questão climática, o melhor momento de pulverizar a plantação ou compreender qual parte da lavoura precisa de intervenção”, explica.
Pedro iniciou há 20 dias a colheita do milho (segunda safra) e explica que a tecnologia está presente não apenas no trator, com GPS e outros apetrechos tecnológicos, bem diferente às antigas máquinas do segmento.
Ele trabalha com o pai e o irmão na propriedade, onde cultiva culturas tradicionais, como soja, milho, trigo e aveia. O drone para pulverização, por exemplo, é uma realidade há três safras. “A gente contrata o serviço ofertado por uma empresa. Nós não temos condições de comprar pulverizadores caros e o sistema por drones é bastante eficaz no controle de pragas”, afirma.
O agricultor cita também o uso de aplicativos de previsão do tempo e também de imagens de satélites. A maioria é ofertada por multinacionais que auxiliam no planejamento do plantio e também na análise e recuperação do solo. “O conceito de agricultura de precisão é fazer em grandes áreas o que o pequeno produtor consegue fazer”, diz. Ou seja, o pequeno produtor conhece cada canto do seu sítio e a tecnologia propicia levar esse conhecimento para uma área mais extensa.
Por, Fernando Klein
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