O apucaranense Willian Longhi, 37 anos, é um exemplo de superação da doença. Ele foi internado no dia 5 de maio de 2020 no Hospital da Providência com muita tosse e falta de ar, quadro que foi se agravando e 5 dias depois, quando precisou ser entubado na UTI do setor.
Longhi permaneceu internado por 45 dias com estado de saúde gravíssimo. No dia 8 de junho ele recebeu alta e estava livre da doença. Ele conta como foi a experiência.
“Eu me cuidava, mas não parei de trabalhar como vendedor, sempre viajando. Nunca imaginei que fosse acontecer comigo. Depois de um longo período viajando a trabalho, ao chegar em casa, percebi que estava com sintomas, foi quando eu procurei atendimento médico. A partir daí já fiquei isolado, precisei ser internado, mas mesmo assim, não acreditava que iria ser tão grave. A cada dia que passava minha respiração piorava, até o dia que eu não consegui respirar mais e fui colocado na UTI. Eu acordei exatamente 30 dias depois e durante este tempo sedado tenho lembranças de pequenos flashes do que acontecia ao meu redor. Consigo me lembrar apenas de um a enfermeira que sempre cantava para mim. Quando acordei, não conseguia falar, nem me mexer. Perdi 22 quilos e só me comunicava com a equipe médica formando palavras com um abecedário que eles levavam até mim. Com o cuidado da equipe, comecei a melhorar dia a dia e ficava feliz com minha evolução, isso me fortalecia”, lembrou Longhi.
Mesmo após 9 meses livre da doença, a vida não é mais a mesma. O ex-paciente segue fazendo fisioterapia e respira com dificuldades. “Quando recebi alta e fui para casa, ainda dependia de uso de oxigênio. Minha recuperação foi lenta, mas melhor que o esperado. Tenho sequelas em relação a minha capacidade respiratória e continuo fazendo fisioterapia. Voltei a trabalhar, faço minhas viagens, mas tudo com mais cautela, uso máscara e me cuido muito”, contou.
“Muita gente não se cuida porque não acredita, mas o vírus está aí sim, tem muita gente morrendo. O que eu acho que a população tem que fazer é se cuidar, mesmo quem precisa trabalhar, tem que usar a máscara, usar sempre o álcool em gel, tomar todos os cuidados. O que eu passei eu não desejo para ninguém”, finalizou Longhi.
Um ano depois do primeiro caso, região vive pior momento
Há exatamente um ano a região registrava o primeiro caso de coronavírus no Vale do Ivaí. O Chefe da 16ª Regional de Saúde (RS) de Apucarana Altimar Carletto, avalia que após um ano de pandemia, houve avanço em relação ao conhecimento da doença, porém, vivemos atualmente o pior momento dessa crise. “Durante este tempo, tivemos um trabalho de preparação muito extenso em relação as normativas para combate da doença. Apesar disso tudo, o que se aprendeu lá atrás já se transformou muito com a chegada das novas variantes. A evolução e transmissibilidade é muita mais rápida, o doente hoje também mudou, são mais jovens. É uma doença muito dinâmica e a evolução é muito individualizada para cada pessoa. Estamos realmente no pior momento, ainda numa espiral crescente, com números maiores a cada dia de óbitos e contaminação, mesmo com significativo investimento do governo para aumentar o número de leitos nos hospitais”, avaliou Carletto
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