Há um mês em um novo espaço, Nárima Pollianne de Oliveira, contabiliza prejuízos no salão de beleza dela, que fica em Apucarana. Nesta quinta-feira (4), a agenda já estaria lotada, o final de semana é quando muitas mulheres procuram por atendimento.
Nárima tem salão há dois anos e resolveu inaugurar um novo espaço justamente por causa do decreto anterior, lançado no começo da pandemia. "Montei nossa nova estrutura na rua devido ao primeiro decreto. Nosso salão era no shopping e eu não consegui arcar com as despesas. Precisei mudar para um novo espaço. Hoje com o novo decreto estamos apreensivos devido ao novo investimento", disse.
Ainda de acordo com a empresária, o salão deixou de atender aproximadamente 150 clientes. "Boletos atrasados, profissionais em casa sendo que poderíamos estar atendendo com hora marcada. Semana da mulher tínhamos preparado vários atrativos. Espero que volte ao normal pois se continuarmos fechados o prejuízo será ainda maior", explica.
Sobre o decreto, que determinou o fechamento dos serviços considerados não essenciais, a empresária não concorda com as medidas. "Não concordo com o decreto por beneficiar alguns sendo que todo trabalho é essencial a partir do momento que você precisa dele para sobreviver. Poderíamos estar trabalhando, com o agendamento certinho, com todas as regras de segurança para evitar a contaminação pelo vírus", ressalta.
O barbeiro Samuel Santos de Oliveira trabalha há 3 anos no ramo e nunca pensou em ficar tanto tempo parado. Pai de família, o trabalhador está bastante preocupado.
"No primeiro decreto eu fechei e como era tudo muito novo, respeitamos, entendemos. Mas agora de novo e um decreto que não respeita todas as classes, nós fomos incluídos nos serviços essenciais, e agora nesse decreto fomos retirados, lockdown só para alguns setores não resolve, ou é pra todos ou para ninguém. A gente que é pai de família, bate um desespero imenso", conta.
Samuel não concorda com o decreto e acredita que as barbearias poderiam sim continuar atendendo. "Nós temos controlar nossa clientela, já estávamos agendando clientes de 1 em 1 hora. Só fica o cliente e o profissional na barbearia, usamos máscara, pano com quiboa o tempo todo, álcool gel. Estamos desesperados, o Governo não quer nem saber a forma que trabalhamos, é um desrespeito. Minha renda caiu muito, as contas vão chegando a família vai sentido falta das coisas, está muito difícil", finaliza.
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