Levantamento realizado pela 16ª Regional de Saúde (RS) de Apucarana, responsável por 17 municípios do Vale do Ivaí e região, aponta que 224 profissionais de saúde da área de atuação da regional já foram infectados com o coronavírus desde o início da pandemia. Ao todo, 1.295 notificações foram realizadas, incluindo casos suspeitos. Dois destes profissionais infectados morreram em decorrência da doença.
Os números demonstram que o município que mais teve profissionais infectados foi Arapongas, com 91 casos confirmados. Também são de lá os dois óbitos registrados de profissionais da área: uma técnica de enfermagem e uma agente comunitária de saúde. Apesar de serem profissionais da área, nos dois casos, elas estavam afastadas por conta de comorbidades, por isso, não se infectaram trabalhando.
Apucarana aparece como a segunda cidade com o maior número de profissionais infectados: foram 29 que testaram positivo, seguido por Faxinal, que teve 20 profissionais doentes. Kaloré registrou 19 profissionais da saúde com coronavírus e Jandaia do Sul notificou a doença em 16 profissionais. Ao todo, 15, dos 17 municípios da RS, tiveram profissionais de saúde infectados. A maioria destes profissionais são mulheres: 80,46%. Homens representam 19,54%.
De acordo com o chefe da 16ª RS Altimar Carletto, existem duas razões principais que facilitam a contaminação destes profissionais. “Estes homens e mulheres que estão na linha de frente do tratamento desta doença estão em contato direto com pacientes com alta carga viral, o que faz, em alguns casos, que eles acabem se contaminando e adoecendo com maior facilidade. Outra situação em que pode acontecer a contaminação é durante o momento que os profissionais retiram a paramentação do trabalho”, explicou Carletto.
Ele ressalta que, em todos os casos notificados de profissionais com suspeita de coronavírus, os protocolos como isolamento, atendimento médico e testagem são seguidos à risca. Carletto destaca também que hoje a situação está mais controlada, mas, o grande número de profissionais infectados já chegou a prejudicar o atendimento em algumas cidades. “Tivemos entre junho e julho um grande número de profissionais infectados na região. Em Arapongas, tivemos um surto da doença no Honpar. Durante estes meses, chegamos a ter dificuldade de reposição de mão de obra, com uma grande parcela dos nossos profissionais infectados. Hoje a situação está mais controlada, mas com o aumento do número de casos, não podemos descartar que a situação pode se repetir”, avaliou.
“Quero aqui destacar o altruísmo, dedicação e valor que cada um destes profissionais têm, se dedicando e se arriscando todos os dias para atender a estes doentes. Estes profissionais da linha de frente que lutam contra a pandemia devem ser valorizados e reconhecidos pelo seu valor e heroísmo”, diz Carletto.
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