Diante da preocupação generalizada com a violência escolar, a Polícia Militar (PM) e a Polícia Civil (PC) estão divulgando materiais de orientação à população do Paraná. Além de dicas de prevenção nos casos de atentados reais em escolas ou outros locais, os guias elaborados pelos policiais fazem um alerta para a propagação de notícias falsas sobre o assunto e também para a importância de acompanhar a rotina dos filhos nas redes sociais e nos próprios estabelecimentos de ensino.
Em situações de “agressores ativos”, quando uma pessoa invade uma escola, por exemplo, a PM elaborou um passo a passo. A primeira atitude é fugir do local. Para isso, é importante ter um plano de fuga. “Não se preocupe com bens materiais”, diz o material da PM, afirmando a atitude inicial deve ser deixar o ambiente invadido rapidamente, se possível.
-LEIA MAIS: Governador anuncia pacote de ações de prevenção à violência nas escola
A PM orienta a ajudar outras pessoas na fuga, mas pondera que os feridos não devem nunca ser movidos. Outra orientação é manter-se fora da visão do agressor. “Tranque as portas e as bloqueie com objetos”, explica a PM. A orientação é lutar com o agressor apenas como último recurso de sobrevivência. Quando estiver em local seguro, a pessoa deve rapidamente informar a PM pelo 190. (veja abaixo o passo a passo)
O Núcleo de Combate aos Cibercrimes da Polícia Civil (Nuciber) também preparou um material para orientar a população sobre a divulgação de notícias e o risco do “efeito contágio”. “Ao compartilhar notícias de massacre ou de possível atentado, seja por texto, fotos, áudios ou qualquer material, isso pode encorajar algum infrator a concretizar o ataque. A história nos mostra que esse é um meio de aumento de casos. Mas, fique calmo, a maioria dos casos são fake news criadas pelos próprios alunos ou ex-alunos, com a intenção de gerar insegurança, pânico, para ter visibilidade, fazer brincadeiras de mau gosto ou até mesmo impedir as aulas”, diz o material.
A orientação é que “os pais monitorem o que os seus filhos estão acessando e compartilhando na internet e com quem estão conversando (incluindo chats de jogos e videogame), bem como quais redes sociais eles usam e seus perfis utilizados". "Também recomendamos criar o hábito de sempre verificar o que os seus filhos guardam em seus armários e gavetas, bem como, antes de saírem para a escola, o que estão carregando na mochila. Por fim, conversem com seus filhos e expliquem o perigo de compartilhar informações sem ter certeza de sua veracidade, pois poderá ser responsabilizado por ato infracional caso anuncie de forma falsa que irá ocorrer algum massacre”.
Segundo a Polícia Civil, adultos e adolescentes envolvidos em ameaças ou planejamento de ataques serão presos e irão responder criminalmente por seus atos. “Tire print da mensagem com a ameaça de maneira que seja possível identificar o número de telefone ou o perfil da rede social do ameaçador, bem como demais dados que identifiquem o agressor e a rede social utilizada para veicular a ameaça”, completa a Polícia Civil, disponibilizando o número 181 para denúncias.
TREINAMENTO
A partir desta quinta-feira (13), a Polícia Militar realizará palestras em todas as escolas de Apucarana sobre medidas a serem adotadas contra agressores ativos. No primeiro momento, o trabalho será desenvolvido nos colégios estaduais e depois estendido para os estabelecimentos municipais e particulares.
"É de fundamental importância que todos os profissionais passem por este treinamento para que tenham ciência de como agir em situações de crise envolvendo agressor ativo dentro de instituições de ensino”, informou o 10º BPM.
Em Arapongas, o major Israel Aparecido de Carvalho, da 7ª Companhia Independente de Polícia Militar, afirma que professores de todas as escolas da cidade e de Sabáudia também receberão instruções. Ele destaca a importância da maior participação dos pais na vida dos alunos. “Os pais precisam estar sempre de olho no celular das crianças e também prestar atenção nas mochilas que são levadas para a escola”, diz.
Ele faz um alerta aos pais que têm porte de arma. Segundo o major, essas pessoas precisam manter os armamentos longe do alcance dos filhos, escondidos de preferência. “O monitoramento dos pais em relação aos filhos precisa ser constante. É fundamental acompanhar as relações dos filhos, tanto na relação pessoal, quando pela internet, nas conversas pelo celular”, completa o oficial.
Deixe seu comentário sobre: "Polícia divulga guia de orientações para casos de violência na escola"