A pouco mais de três semanas para o início das aulas, o movimento é grande nas papelarias e livrarias de Apucarana. Com os preços do material escolar entre 20% e 30% mais altos em determinados itens, segundo estimativas da Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares (ABFIAE), muitos pais estão gastando a sola do sapato para pesquisar e conseguir reduzira a conta final.
Mãe de João Lucas, de 5 anos, a apucaranense Cynthia Assolari Mantoani, 35, é um exemplo. Ela comparou os preços em pelo menos três estabelecimentos do setor antes de decidr pela compra. “A lista de materiais escolares é grande e, na hora de pagar, a pesquisa de preços faz toda a diferença. Existe muita variação nos valores dependendo da marca”, diz Cynthia, que estava acompanhada nesta segunda-feira (16) do marido Carlos Alexandre Mantoani, 41, em uma loja especializada. “Se não fizer a pesquisa, sai perdendo”, acrescenta. O filho vai estudar no pré em 2023.
Marina Godoi, 52, foi fazer as compras de material escolar para o neto Arthur Gabriel Ferreira Godoi Peres, 7 anos, que vai para o segundo ano do ensino fundamental. “Estou de férias e aproveitei para ajudar nas compras”, conta a avó, tendo nas mãos uma lista de mais de 20 itens.
“Os preços aumentaram um pouco em relação ao ano passado, mas o que não aumentou?”, questiona. Já o neto disse que está ainda no ritmo de férias, mas admitiu que está com saudade dos amigos e da escola.
Gerente de uma loja do setor em Apucarana, Maicon Macedo, 29, afirma que o estabelecimento está funcionando em horário estendido, até as 19 horas, para atender aos pais que trabalham até as 18 horas. “A demanda é significativa desde o finalzinho de dezembro. Muita gente antecipou as compras e agora, em janeiro, a procura é considerável”, comenta, observando que aos sábados a loja está ficando superlotada.
Ele afirma que a loja conseguiu segurar os preços do muitos produtos, mas admite que houve uma alta maior, principalmente nos preços das mochilas, mochiletes e cadernos. “Estamos saindo de uma pandemia e a matéria-prima é importada. Isso acaba gerando uma alta em determinados produtos”, completa.
Com o fim do ano letivo, as escolas já começam a enviar as listas de materiais escolares que os alunos vão precisar em 2023. E essa compra promete pesar no bolso dos pais e responsáveis. A Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares prevê aumento de 15% a até 30% no preço desses itens.
O ideal, portanto, é começar desde já a pesquisar opções e preços. Segundo o Departamento Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon/PR), este é o primeiro passo para quem quer economizar e também evitar a correria das compras no início de ano. O aplicativo Menor Preço, vinculado ao Nota Paraná, é uma das alternativas para verificar os valores adotados no mercado.
Segundo a coordenadora do Procon/PR, Cláudia Silvano, com a notícia do aumento considerável de preços dos materiais escolares, a pesquisa de mercado representa não só a possibilidade de economizar, mas também de negociar melhores condições de pagamento.
“Outra medida que pode ser útil é comprar em boa quantidade, se juntando a outros pais, pois também é uma possibilidade de obter bons descontos na hora do pagamento”, afirma.
Além da atenção aos preços, o consumidor também precisa verificar com cuidado os itens presentes na lista de material escolar. As escolas só podem solicitar a compra de materiais utilizados para as atividades pedagógicas diárias do aluno, como lápis, caneta, borracha, papel sulfite, cola, tinta guache, etc.
A Lei 12.886/13 proíbe que sejam inclusos artigos de uso coletivo, tais como papel higiênico, copos descartáveis, talheres, tinta para impressora, giz, produtos de higiene, limpeza ou para atividade de laboratório, por exemplo. As instituições também não podem exigir materiais em excesso, como 10 borrachas ou 1.000 folhas de sulfite.
Caso o consumidor considere a lista escolar abusiva ou tenha dúvidas quanto ao pedido de materiais, deve procurar primeiramente a instituição de ensino. Caso não seja resolvido, o Procon deve ser acionado pelos canais oficiais.
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