O monsenhor Roberto Carrara, padre da Diocese de Apucarana, afirmou, em entrevista ao TNOnline, que, na sua opinião, não é correto realizar o sepultamento de pets no mesmo cemitério dos seres humanos. O Projeto de Lei nº 67 de 2024, que dispõe sobre o sepultamento de animais domésticos em jazigos, foi aprovado na terça-feira (25) pela Câmara de Vereadores e vai agora para sanção do prefeito Junior da Femac (MDB). O assunto gera polêmica e vem dividindo a população da cidade nos últimos dias.
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Para o monsenhor Carrara, o projeto não é uma boa medida. “Não há necessidade de fazer isso, pois existem outras maneiras de nos despedirmos dos animais domésticos. O cemitério é um lugar para sepultarmos seres humanos e não animais”, destaca.
Carrara também defende que o sepultamento de animais deveria ser realizado em um cemitério específico, como existem em outros locais. “Poderiam arrumar outro lugar para sepultar os animais, pois essa possibilidade existe. Não vejo razão para que os animais sejam sepultados junto com os humanos”, pontua.
Para o religioso, há uma supervalorização dos animais por parte das pessoas, algo que está em alta na sociedade. “Eu vejo que, atualmente, as pessoas estão exagerando um pouco, valorizando demais os animais, equiparando-os aos seres humanos”, pondera.
Roberto Carrara também destaca que, na sua visão, há preceitos que devem ser respeitados acerca do corpo humano, que, sob a ótica religiosa, é um santuário.
“A Bíblia Sagrada diz que o corpo humano é o santuário do Espírito Santo. Portanto, o cemitério é um lugar sagrado, não acho que seja bom misturarmos as coisas”, finaliza.
Entenda a polêmica
Por 7 votos a 2, a Câmara de Apucarana, no Norte do Paraná, aprovou nesta terça-feira (25), em duas sessões extraordinárias, projeto de lei do vereador e presidente do Legislativo, Luciano Augusto Molina (Agir), que trata do sepultamento de animais domésticos nos cemitérios públicos do município. A proposta vem gerando polêmica na cidade e, por isso, houve um pedido de votação nominal.
O projeto autoriza o sepultamento de cães e gatos nos jazigos, gavetas e carneiras da própria família dona dos animais existentes nos cemitérios públicos da cidade.
Os vereadores Marcos da Vila Reis (PP) e Franciley Preto Godoi Poim (PSD) votaram contra a proposta. Dois vereadores não compareceram à sessão desta terça: Luciano Facchiano (Agir) e Rodrigo Lievori, o Recife (MDB).
Marcos da Vila Reis justificou seu voto contrário: "A legislação da fundação dos cemitérios de Apucarana não prevê sepultamentos de animais junto com humanos", disse, citando ter sido procurado por advogados. Ele acrescentou que também não há licença ambiental para essa prática. Segundo o vereador, o projeto é "inadequado" porque o cemitério é um "campo sacro".
Luciano Molina rebateu. Segundo ele, o projeto é autorizativo para as pessoas que quiserem enterrar no mesmo jazigo. "Não é um projeto inédito, já existe em Campinas, Indaiatuba, Matão e no estado de Santa Catarina. É autorizativo: faz quem quer", assinalou o autor do projeto, observando que a sociedade mudou e que os animais de estimação tem uma relação de amor com as pessoas.
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