"Muitas vezes fui chamado de saci", recordou o atleta paralímpico Giovane Vieira de Paula, 23 anos, de Apucarana, no norte do Paraná, ao se caracterizar neste domingo (31), como o personagem do folclore brasileiro. Pantera Negra circulou por um dos pontos preferidos dos apucaranenses, o Lago Jaboti, e ainda posou no letreiro "Eu amo Apucarana". O que poucos sabem é que o Dia do Saci é comemorado na mesma data em que se comemora o Halloween ou Dia das Bruxas.
Em um post em seu Instagram, que conta com mais de 16 mil seguidores, o medalhista postou uma foto e escreveu: "Quebrando paradigmas e reconstruindo um 31/10. Viva o Saci Pererê!". Em entrevista ao TNOnline, Giovane explicou o motivo de se vestir de Saci Pererê. O atleta disse que por alguns anos após sofrer o acidente na infância, que resultou na perda da perna esquerda, foi comparado ao personagem folclórico e isso o deixava triste. Porém, passados alguns anos, ele vê a comparação de forma diferente.
“Muitas vezes fui chamado de saci e isso me entristecia muito. Hoje, consigo olhar de uma forma diferente as coisas e entendo muitas coisas que antes não conseguia entender. Essa foi a forma que achei para provar pra mim mesmo que não existe preconceito maior que o que a própria pessoa tem dentro dela. Cada pessoa é única e especial, não importa sua aparência e sim, sua essência", afirma.
Apucaranense perdeu a perna em um acidente quando brincava com os amigos em um vagão de trem, em Apucarana, quando tinha 11 anos de idade. Mesmo com a amputação e os problemas familiares, o menino se dedicou aos estudos e ao esporte, e hoje é um atleta de destaque em nível mundial.
Veja o post:
Ver essa foto no InstagramUma publicação compartilhada por Giovane Vieira (@giovanevieiraoficial)
continua após publicidade
Medalhas
Giovane Vieira de Paula, de 23 anos, de Apucarana, conquistou medalha de prata na paracanoagem na prova de 200m, categoria VL3, nos Jogos Paralímpicos de Tóquio (Japão) 2021. Ele também garantiu a quarta colocação da final do Campeonato Mundial de Paracanoagem, em Copenhague, na Dinamarca.
Escrito por Fernanda Neme
Deixe seu comentário sobre: "'Muitas vezes fui chamado de saci', diz Pantera Negra"