O motorista do ônibus escolar envolvido no acidente de trânsito que deixou 16 alunos feridos em Apucarana foi demitido da empresa terceirizada contratada pela prefeitura para realizar o transporte de estudantes. A informação foi divulgada pelo vereador Lucas Leugi (PSD) na sessão ordinária desta segunda-feira (29). A demissão foi confirmada pelo TNOnline com o trabalhador de 55 anos. O acidente ocorreu no último dia 17 no Jardim Milani.
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“Ele foi um dos responsáveis para que não fosse uma tragédia maior. É um pai de família que trabalhava naquela empresa para levar o sustento para casa”, disse Leugi, em pronunciamento na sessão. Leugi afirmou que foi procurado nesta segunda-feira pelo motorista, que relatou que trabalhava sem carteira assinada há um ano e oito meses e que não teria recebido ainda os direitos trabalhistas.
"Como existe fiscal de contrato, como existe responsável de contrato, que não viram que o funcionário desta empresa que presta serviço à Autarquia Municipal de Educação não tinha registro em carteira de trabalho. Quem tipo de fiscalização esse pessoal exerce?", questionou o vereador.
Luciano Molina (Agir), presidente da Casa, criticou o desrespeito à legislação trabalhista por parte da empresa, mas defendeu a prefeitura. "É muito difícil para a Prefeitura monitorar se vai o motorista A ou B, mas a empresa tem que saber", disse, observando que ficou sabendo disso na sessão após a manifestação do vereador. Ele contestou ainda a demissão e destacou que o motorista teve perícia para evitar uma tragédia. "Tudo bem afastar (o trabalhador) para uma investigação, mas não demitir", ponderou.
O motorista de 55 anos não se feriu. Em entrevista ao TNOnline, ele confirmou a demissão. Ele disse que não recebeu nenhum tipo de acerto salarial e, por isso, procurou o vereador Lucas Leugi e também um advogado, que o representará. O condutor reafirmou que o ônibus perdeu os freios.
O TNOnline procurou a direção da empresa pelos telefone disponível nas redes sociais, mas o número estava desativado.
INVESTIGAÇÃO
A Prefeitura de Apucarana informou, na semana passada, que o processo administrativo instaurado pelo município está tendo andamento. Segundo o procurador-geral da Prefeitura de Apucarana, Rubens Henrique de França, o município solicitou cópia da perícia realizada no veículo pela Polícia Científica e do inquérito em andamento na Polícia Civil. “São informações importantes para apuração do ocorrido e conclusão do processo, com determinação da causa e responsabilidades”, pontua o procurador.
Segundo frisa França, desde o início do processo a procuradoria já teve acesso ao laudo de vistoria do ônibus por parte do Departamento de Trânsito do Paraná (Detran) e ao boletim de ocorrência de acidente feito no local pela Polícia Militar. A empresa terceirizada também já foi ouvida e apresentou sua defesa. “Aguardamos agora a perícia realizada pela Polícia Científica que, assim que concluída, será nos encaminhada pela Polícia Civil. Também vamos solicitar, dentro do processo administrativo, manifestação técnica por parte dos fiscais do contrato firmado entre a empresa e a Autarquia Municipal de Educação (AME)”, esclareceu o procurador-geral do Município na oportunidade.
Segundo o Corpo de Bombeiros, 29 pessoas estavam no veículo, que transportava estudantes dos anos finais do ensino fundamental até o Colégio Estadual Polivalente. Onze crianças assinaram recusa de atendimento no local na companhia dos pais, uma se evadiu do local (foi para casa, pois morava nas proximidades) e 16 foram levadas para atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e Hospital da Providência.
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