Maio encerrou e se transformou no pior mês em números de casos e mortes por Covid-19 em Apucarana.
Um levantamento da Tribuna do Norte junto aos boletins divulgados diariamente pela Autarquia Municipal de Saúde (AMS) de Apucarana aponta que o mês fechou com 3.159 registros diagnósticos positivos e 77 óbitos.
Foram 23 mortes a mais, um aumento de 42%, em relação a abril, com 54 registros e mês com maior número de registros até então. No acumulado o município tem 336 mortes e 13.049 confirmações da doença desde o começo da pandemia.
No início da pandemia, grande parte dos casos graves que evoluíam para óbitos envolviam idosos, acima dos 70 anos. Com o avanço da pandemia e da vacinação entre os grupos prioritários, houve um deslocamento do contágio para faixas etárias mais jovens.
Os boletins da AMS revelam que 31% das mortes registradas em maio foram de pessoas com idades entre 50 e 59 anos. O número de mortes nesta faixa etária teve um aumento de 107% nos últimos 40 dias. Já os óbitos por Covid-19 de pessoas com idades entre 40 a 49 anos representam 22% do total, mesmo percentual registrado na faixa etária entre 60 a 69 anos.
Já no acumulado da pandemia, a faixa etária com maior número de mortes está entre os 60 e 69 anos, com 99 vítimas (29,4%), seguido por pessoas com 70 e 79 anos (20,8%). Os dados compilados incluem os números do boletim de ontem da AMS, que registrou 4 óbitos e 149 novos casos.
“Com o avanço da vacinação nós percebemos uma redução do número de casos em pessoas mais idosas e, consequentemente, a redução da mortalidade nesta faixa etária. E hoje, em função dessa vacinação principalmente acima de 60 anos, há um deslocamento de casos para a população mais jovens e também para pessoas que ainda não receberam a vacina. Consequentemente, aumentam o número de casos e o número de óbitos na faixa etária mais jovem”, analisa o diretor presidente da AMS Roberto Kaneta.
O chefe da 16ª Regional de Saúde de Apucarana, Altimar Carletto explica que existem cepas mais virulentas da Covid-19 que estão causando doenças mais graves e consequentemente mais mortes nestas faixas etárias. Como exemplo ele cita a variante brasileira P1 e a cepa originária da Índia.
“As cepas no início da pandemia pegavam ao os idosos desprotegidos que tinham comorbidades. Agora as pessoas com mais de 60 anos estão praticamente imunizadas e pessoas mais jovens estão mais desprotegidas. Hoje existem cepas diferentes mais virulentas e agressivas, que atingem mais as pessoas”, explica.
No boletim de segunda-feira (31), a AMS notificou mais quatro óbitos e 149 novos casos de Covid-19. As mortes foram de pacientes femininas. As vítimas tinham 59, 46, 49 e 47 anos e morreram entre a última quinta-feira e sábado no Hospital da Providência. Das quatro, apenas a de 47 anos não tinha comorbidade.
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